Já pensou em ser goleiro de handebol? Pois então, o canoense João Vitor Pouzada, também não. Até que após um incentivo do professor de educação física do Colégio Auxiliadora, conhecido como Nenê, o fez mudar de ideia. “Comecei a jogar com 9 anos, na escola. No início não era goleiro, jogava na ponta, não me destaquei muito e fui para o gol.”
Foto: PAULO PIRES/GES
A aposta do garoto de 15 anos deu certo. A partir desta sexta-feira (27) ele vai passar três dias treinando com a Seleção Gaúcha de handebol, na categoria juvenil. “Foram chamados quatro goleiros e depois o treinador vai escolher três. Estou confiante, vou trabalhar com muita garra e vontade.”
A expectativa do jovem tem dois motivos: disputar o Campeonato Brasileiro em agosto e representar Canoas. “Fui o único jogador de Canoas convocado, então é muito mais do que apenas uma convocação. Quero ser o representante da gurizada que está sempre treinando e me apoiando muito.” O torneio será entre os dias 14 e 19 do mês que vem, em Campo Bom, no Vale do Sinos.
Início da caminhada
Como havia dito, João começou sua caminhada no Colégio Auxiliadora. Ao se destacar em um amistoso diante do Colégio La Salle, surgiu o convite para treinar no Centro Olímpico de Canoas. “O professor André me convidou e passei a trabalhar com o professor Eduardo.”
No entanto, havia um entrave: o horário da escola em conflito com os treinamentos. João estudava no turno da tarde. “Os treinos também ocorriam durante a tarde. Foi então que eu incomodei um pouco o professor para treinar com os adultos, à noite.”
Identificação com o esporte
Em 2023 o jovem morador do bairro Nossa Senhora das Graças mudou de escola. Passando a estudar no Colégio La Salle. “Estou no 1º ano do Ensino Médio e agora estudo pela manhã. Pude melhorar a minha rotina para treinar mais.”
Agora ele participa dos treinamentos dos juvenis, durante a tarde, e ainda joga com os adultos no turno da noite. “Também faço academia, estou focando muito no handebol.”
Conforme João, o projeto “Atleta Cidadão do Futuro” , promovido pela Prefeitura de Canoas, está sendo fundamental em sua evolução. “Estão trazendo muitos talentos para o handebol. Me deixa feliz ver o crescimento do esporte, o número de pessoas praticando está aumentando.” Nos treinamentos são cerca de 20 atletas na categoria juvenil.
O jovem reitera que se sentiu sempre acolhido pelos companheiros, desde o início. “Me identifiquei com o handebol. Foi o esporte que mais me destaquei e já joguei vôlei, futsal, em nenhum eu me sentia tão bem quanto agora. É levar bolada, loucura total.”
“Fico muito nervosa”, diz a mãe
A mãe do goleiro, Maria Salete, explica que a cada partida é uma emoção diferente. “Fico muito nervosa. O primeiro campeonato que ele disputou na escola, ganharam nos pênaltis, foi muito emocionante.”
Maria afirma que viu a paixão do filho pelo esporte naquele exato momento. “Nossa intenção é sempre ajudar, incentivar. Quando estão tristes precisamos auxiliar para que passem por aquele momento. Desde que começou não perdi um jogo sequer.”
Um dos momentos que ela mais se preocupa é quando o jovem chega dos jogos ou treinos. “Ele leva muita bolada, chega com a cara vermelha, machucada.” João brinca ao lembrar que a mãe queria brigar com os adversários. “Eu xingava mesmo”, completa Maria.
O atleta diz que evita gols “até com o rosto se for preciso.”
Handebol em Canoas
PAULO PIRES/GES
Handebol em Canoas
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Handebol em Canoas
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