CAÇADORES DE ASTEROIDES DO CAÍ

Pai e filho são selecionados para representar RS em evento após descobrirem asteroides e pedem ajuda da comunidade

Participantes do Programa Caça Asteroides, eles receberão medalhas de reconhecimento no evento que ocorrerá em Brasília; dupla de São Sebastião do Caí pede ajuda financeira para conseguir comparecer

Publicado em: 13/10/2023 17:59
Última atualização: 18/10/2023 00:17

Pai e filho de São Sebastião do Caí estão entre os participantes do Programa Caça Asteroides, que receberão as medalhas de reconhecimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em evento na próxima sexta-feira (20) em Brasília. O programa é uma parceria entre o MCTI e a International Astronomical Search Collaboration (IASC/NASA).


Pai e filho pedem ajudam para receber reconhecimento em Brasília Foto: Carla fogaça/GES-ESPECIAL

Há cerca de um ano, Márcio Mattner, 45 anos, e o filho Arthur da Silva Mattner, 16, se tornaram colaboradores do projeto, que tem como finalidade descobrir novos asteroides. “Realizamos nossa inscrição através do site do Ministério e recebemos o acesso ao software, onde por ali temos acesso a diversas imagens do espaço. Nosso trabalho é analisar cada uma delas, seguindo o treinamento que recebemos e, então, apontar o que achamos”, explica Márcio.

Em agosto, a dupla localizou três asteroides no Cinturão de Marte e nomearam como Caí 0003, Caí 0011 e Caí 0030. “O primeiro quase passou despercebido, estava bem difícil de identificar, ampliamos 400 vezes para poder localizar os movimentos de passagem e enviado o relatório, mas ficamos na dúvida se estava correto. Já o segundo e terceiro nos passou mais confiança”, relembra Márcio.

A resposta da Nasa, sobre o relatório apontado pelo pai e filho, foi positiva e há menos de duas semanas receberam o convite para participar do evento de premiação em Brasília. “Nos pegou de surpresa e gostaríamos muito de estar presentes no evento, porque é um reconhecimento da nossa dedicação. Somos os únicos do Estado selecionados para a premiação. Só que as passagens em cima da hora estão bem caras”, lamenta Márcio.

Corrida contra o tempo

Para tentar custear a viagem, que deve ocorrer em menos de uma semana, Márcio está realizando uma ação entre amigos, onde o valor do número é R$ 10 e concorre a um liquidificador, uma cafeteira e uma sanduicheira. “Tentamos apoio da prefeitura de São Sebastião do Caí, mas não conseguimos. É um projeto tão importante que deveria ter uma relevância maior”, salienta Márcio.

Além da rifa, Márcio disponibilizou o número para Pix e busca que empresas e pessoas em geral consigam ajudar. “A gente só vai poder ir ao evento se conseguir o valor, e pelo que vimos na Gol a passagem ida e volta, para nós dois, está quase 10 mil reais. Não podemos ir de ônibus porque minha esposa é cadeirante e não consigo me ausentar muitos dias, de avião será um bate e volta”, completa.

Pai e filho pedem ajudam para receber reconhecimento em Brasília Foto: Carla fogaça/GES-ESPECIAL

Para quem quiser colaborar com a viagem de Márcio e Arthur o número para contato ou Pix é (51) 99376-4716.

“O programa deveria ganhar força”

Para Márcio participar do programa Caça Asteroide é uma oportunidade de aprendizado. “A Nasa tem um material vasto e através dos Ministérios é realizado os programas. Isso deveria ser ofertado e divulgado dentro das Escolas. Hoje somos nós dois, mas cada equipe pode ter até 10 integrantes”, conta Márcio.

“O programa deveria ganhar força. Agora os três asteroides que identificamos vão ficar em análise da Nasa por três a cinco anos. Através da nossa leitura e agora da análise, será possível prever se eles podem entrar em órbita”, explica Márcio.

Já para o Arthur, o programa ajudou ele a entender melhor a ciência e passou a gostar mais da área. “São coisas que não aprendemos na escola e pretendo continuar estudando algo relacionado à ciência”, diz.

Márcio também destaca que esse é um momento de pai e filho, já que as análises são feitas pelos dois juntos. “De dia trabalhamos em casa com conserto de equipamentos eletrônicos e geralmente é a noite que paramos para analisar as imagens”, completa.

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