Após uma tarde de reuniões com assessores mais próximos para avaliar os impactos e as consequências da Operação Fandango, desencadeada na manhã desta quinta-feira (28) pelo Ministério Público gaúcho, a prefeita em exercício de Cachoeira do Sul soltou nota no fim da tarde. Angela Schuh, de 71 anos, substitui José Otávio Germano (PP), afastado temporariamente pela Justiça do cargo de prefeito.
ARMAS E DROGAS SÃO APREENDIDAS DURANTE A OPERAÇÃO FANDANGO
Angela é vice de José Otávio, de quem é colega de partido. A chapa foi eleita em 2020 com 13,5 mil votos, 4 mil a mais que a segunda colocada. Angela, que vem da área da educação, já estava tocando o governo nos últimos dias, desde que Germano se afastou para tratar de uma pneumonia no último dia 15, segundo nota publicada no site da Prefeitura.
PREFEITO AFASTADO SOLTA NOTA OFICIAL SOBRE A OPERAÇÃO FANDANGO
Na nota oficial, a prefeita em exercício diz que “o Município está reorganizando o quadro administrativo para manter o serviço público em pleno funcionamento”. Destaca que o Executivo está colaborando com as investigações e vai entrar com pedido para ter acesso aos autos, uma vez que o processo corre em segredo de Justiça na 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, em Porto Alegre.
“Todas as decisões judiciais quanto à ocupação de cargos, desempenho de funções, contratações e execuções de contratos administrativos que estão sendo investigados serão integralmente cumpridas, nos estritos limites de seus termos”, destaca a prefeita, reiterando “o compromisso com a moralidade e com os demais princípios que regem a administração pública.”
O que aconteceu em Cachoeira do Sul?
A cidade de 80 mil habitantes localizada na região central do RS foi acordada nesta quinta-feira com a Operação Fandango, que investiga fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, concussão, bem como a prática de crimes de responsabilidade na Prefeitura. O prefeito, cinco secretários municipais e três assessores do prefeito foram afastados dos cargos pela Justiça, a pedido do Ministério Público, por 180 dias.
Equipes do Ministério Público e da Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços da Prefeitura, de agentes públicos e de empresários. Durante a operação foram apreendidas duas armas e uma pequena quantidade de cocaína. Ninguém foi preso.
Segundo o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, que chefia o Ministério Público, “as investigações preliminares apontam que havia um ajuste entre as empresas contratadas e administradores locais no sentido de receber parcelas derivadas dessas licitações”. O dinheiro arrecadado com a fraude era utilizado “para pagar despesas pessoais de administradores”, informou.
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