TRÂNSITO
OBRAS NA SCHARLAU: Os 40 segundos que aumentam o congestionamento na BR-116; entenda
Construção de dois viadutos e vias laterais no bairro Scharlau, em São Leopoldo, complica o trânsito na região
Última atualização: 17/10/2023 17:49
A manhã desta quinta-feira (3) foi de congestionamento acima do normal no trecho entre Sapucaia do Sul e o viaduto do bairro Scharlau, em São Leopoldo, na ligação da BR-116 com a RS-240 – rodovia que liga a região metropolitana de Porto Alegre ao Vale do Caí e a Bento Gonçalves, Caxias do Sul e arredores. Mas, afinal, o que estava causando tanta lentidão? No meio da manhã a fila era de quase oito quilômetros no sentido capital-interior da BR-116.
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A reportagem do Grupo Sinos esteve no canteiro de obras e constatou que, ao contrário do início da semana, quando o içamento de vigas para um dos viadutos causou bloqueios momentâneos no sentido Portão-São Leopoldo, nesta manhã não havia qualquer tipo de fechamento de pista.
"Dentro do possível está tudo normal", disse um dos operários que trabalha na pavimentação de um trecho da via lateral da RS-240. Ele pediu para ter a identidade preservada.
Operários, motoristas e comerciantes da região ouvidos pela reportagem apostam em três explicações para os congestionamentos, cada vez mais frequentes à medida em que as obras avançam. A previsão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é que os viadutos estejam prontos no fim deste ano.
1) Por conta da construção dos pilares dos novos viadutos bem no meio da RS-240, há pequenos afunilamentos de pista para quem ingressa na rodovia tanto vindo de São Leopoldo quanto de Novo Hamburgo.
Onde normalmente passavam dois veículos lado a lado, com folga de espaço, agora passa um (ou no máximo dois de pequeno porte) e com velocidade reduzida.
2) A passarela que existia na região foi removida por conta das obras e, no lugar, foi instalada uma sinaleira provisória para garantir a travessia segura dos pedestres – a região da Scharlau é bem movimentada.
Embora fique mais tempo aberta do que fechada (um minuto e meio no verde e 40 segundos no vermelho), a sinaleira acaba retendo o fluxo. "E movimentar um caminhão carregado é bem mais demorado que um carro ou uma moto", salienta o motorista Rogério Almansa, 57 anos.
3) As duas constatações acima acabam sendo potencializadas por uma característica daquele trecho: o trânsito intenso de caminhões, maiores e mais lentos que veículos de passeio.
A vendedora Regina de Souza, de 32 anos, diz que normalmente nas quintas e nas sextas-feiras o movimento de caminhões no sentido capital-interior da RS-240 é maior, o que segundo ela ajuda a explicar a lentidão desta manhã. "Está ruim, mas vai ficar bom. Faz parte. Torcemos para que a obra continue andando conforme o previsto e dentro de alguns meses esteja tudo resolvido", disse.
Procurado pela reportagem do Grupo Sinos, o Dnit afirmou que o congestionamento não teve relação com a execução das obras, que "seguem o cronograma normal nesta quinta-feira". Como as alternativas de desvio são pequenas na região do entroncamento da BR-116 com a RS-240, o jeito é mesmo ter paciência para vencer esta etapa da viagem.