Aguardada pelos comerciantes e pela comunidade há muitos anos, a revitalização da Rua Independência será iniciada no começo de outubro, ainda sem data estimada. A conclusão das obras está prevista para 16 meses, no entanto, o período escolhido para a reforma virou motivo de apreensão para lojistas e entidades comerciais. Segundo eles, a interferência no deslocamento será prejudicial para as vendas no Natal.
Com o fechamento de quadra por quadra, o trânsito de pedestres e de automóveis ficará comprometido em novembro e dezembro, que são meses essenciais para as vendas.
Na última quinta-feira (28) lojistas e entidades comerciais se reuniram. O encontro teve a presença dos presidentes Olinto Menegon, da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Felipe Feldmann, da Acist São Leopoldo, e Walter Seewald, do Sindicato do Comércio Varejista de São Leopoldo (Sindilojas) e a decisão foi a de protocolar um pedido de agenda com representantes da Prefeitura. E a reunião já ocorreu na sexta-feira (29). Conforme a Prefeitura, buscou-se formas de adaptar a rotina de obras às necessidades do comércio.
Vendedores reclamam
Para a diretora administrativa de uma loja, Héllen Ribeiro, a reforma será prejudicial mesmo com as adaptações propostas. “Mesmo sendo quadra por quadra, alguma hora vai chegar na minha e vai atrapalhar. O ideal seria que as obras começassem em janeiro, quando as pessoas estão de férias e já fizeram suas compras de Natal”, argumenta. O estabelecimento está presente na Independência há 46 anos e, segundo Héllen, possui um crescimento estimado de 30% em suas vendas no final do ano.
O comerciante Jorge Sehn, 70 anos, é proprietário de estabelecimento há 20 anos na Independência. Segundo ele, suas vendas costumam crescer 40% na época do Natal. “Com as obras, o deslocamento das pessoas fica diferente, então acho que o prejuízo seria em torno de 50%.”
Preocupação é com perda de movimento
Olinto Menegon reforça que os comerciantes reconhecem a importância da obra, mas que é preciso saber como será o apoio do Poder Público para não impactar os negócios, como as regras para o estacionamento rotativo, o acesso aos estabelecimentos e prédios por pessoas com deficiência de mobilidade e as alternativas para o setor da Gastronomia.
Felipe Feldmann, da Acist, lembrou que, além da questão das vendas de fim de ano, a economia local ainda está lidando com as consequências das políticas de distanciamento social que foram aplicadas para o combate à pandemia iniciada em 2020. “Ainda não recuperamos os prejuízos causados pelo fechamento imposto na pandemia. A expectativa de retomada ficou por conta das compras para as festas de final de ano, que serão afetadas pelos transtornos quanto à mobilidade no período”, ressalta.
Em busca de saídas para amenizar os transtornos
Segundo o secretário de Obras e Viação, Geraldo Passos, a Prefeitura está discutindo desde o início do ano e segue dialogando com a comunidade e lojistas, entretanto, não há possibilidade de adiamento. “Tudo foi encaminhado da melhor forma possível. Se adiássemos, teríamos o mesmo problema devido aos outros feriados ao longo do ano.”
Acrescenta que, para a passagem de pedestres, será deixado 1,5m de calçada disponível. Com isso, não será necessário o fechamento do comércio. “A Independência é o cartão de visitas da cidade, não podemos deixá-la cheia de buracos, fios enrolados e sem drenagem.” Também participaram da reunião os secretários Nelson Spolaor (Geral de Governo) e Juliano Maciel (Desenvolvimento Econômico).
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