Ano de 2008, China. A mais de 16 mil quilômetros de distância, o Brasil assiste pela televisão que problemas no leite em pó têm causado a morte de crianças chinesas. Mais de um ano depois, dois responsáveis são condenados à morte e executados. Descobriu-se que eles estavam envolvidos num esquema de adulteração com melamina, substância química que elevava artificialmente os níveis de proteína da bebida, mas não era própria para consumo humano – costuma ser usada na produção de plásticos e fertilizantes. Seis crianças morreram e mais de 300 mil ficaram doentes.
Ano de 2013, Rio Grande do Sul. Os gaúchos se assustam com uma operação desencadeada pelo Ministério Público em maio daquele ano. No foco da investigação está o leite produzido no campo e vendido em supermercados do Estado. Amostras da matéria-prima indicavam a presença de formol, substância cancerígena. Era o começo daquela que é encarada por muitos como a maior investigação com foco na saúde pública no RS e que provocou mudanças profundas num setor que mobiliza mais de cem mil famílias no Estado.
A Operação Leite Compensado ganhou manchetes, prendeu gente e descobriu que não só leite ia nas caixinhas do produto e em queijos vendidos por aqui. Formol, água oxigenada, ureia, soda cáustica. A lista de substâncias indigestas acrescentadas num dos principais alimentos da mesa do brasileiro crescia à medida que fases da operação se desenrolavam.
“No começo nos assustamos muito porque havia tido a fraude na China. E lá pessoas morreram. Achávamos que podia ser algo parecido”, relembra o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Alcindo Bastos. Um dos coordenadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele acompanhou ao lado do colega Mauro Rockenbach o desenrolar das 12 fases da Leite Compensado. A investigação ainda gerou quatro fases da Queijo Compensado.
A preocupação dos promotores foi a mesma da população gaúcha na época. No primeiro dia em que a Leite Compensado estourou, em 8 de maio de 2013, a equipe de Bastos recebeu 1,2 mil mensagens de pessoas assustadas com a fraude. “Era gente com problema de saúde, gestantes, nutricionistas, enfermeiros, médicos. Todos preocupados.”
O promotor explica que, num primeiro momento, os técnicos não entendiam o motivo para adicionar substâncias como formol no leite. Com o passar das investigações, descobriu-se que a maioria dos produtos químicos buscava esconder a adição de água ao produto, o que permitia um ganho no volume e, consequentemente, financeiro. Outra fraude visava “maquiar” leite estragado, reduzindo artificialmente a quantidade de bactérias na matéria-prima.
Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste.
Entre aqueles que atentavam contra a saúde das pessoas, o termo “pozinho mágico” era comum. “Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste”, compara Bastos.
O promotor relembra que as fraudes costumavam acontecer no transporte do leite cru. Na época, intermediários entre a indústria e os produtores negociavam e captavam o leite nas propriedades. Para ampliar os ganhos, alguns se habituaram a praticar diferentes tipos de fraude com a intenção de aumentar o volume de matéria-prima e o lucro. Daí entrava uma série de “pozinhos mágicos”. Algumas indústrias, produtores e até fiscais também chegaram a ser alvo da operação.
“Mas o problema se dava principalmente neste transporte, nos postos de resfriamento. Eram os chamados corretores de leite. Atuavam de forma meio autônoma, captando matéria-prima em diferentes propriedades e levando às indústrias”, conta o promotor.
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Ano de 2008, China. A mais de 16 mil quilômetros de distância, o Brasil assiste pela televisão que problemas no leite em pó têm causado a morte de crianças chinesas. Mais de um ano depois, dois responsáveis são condenados à morte e executados. Descobriu-se que eles estavam envolvidos num esquema de adulteração com melamina, substância química que elevava artificialmente os níveis de proteína da bebida, mas não era própria para consumo humano – costuma ser usada na produção de plásticos e fertilizantes. Seis crianças morreram e mais de 300 mil ficaram doentes.
Ano de 2013, Rio Grande do Sul. Os gaúchos se assustam com uma operação desencadeada pelo Ministério Público em maio daquele ano. No foco da investigação está o leite produzido no campo e vendido em supermercados do Estado. Amostras da matéria-prima indicavam a presença de formol, substância cancerígena. Era o começo daquela que é encarada por muitos como a maior investigação com foco na saúde pública no RS e que provocou mudanças profundas num setor que mobiliza mais de cem mil famílias no Estado.
A Operação Leite Compensado ganhou manchetes, prendeu gente e descobriu que não só leite ia nas caixinhas do produto e em queijos vendidos por aqui. Formol, água oxigenada, ureia, soda cáustica. A lista de substâncias indigestas acrescentadas num dos principais alimentos da mesa do brasileiro crescia à medida que fases da operação se desenrolavam.
“No começo nos assustamos muito porque havia tido a fraude na China. E lá pessoas morreram. Achávamos que podia ser algo parecido”, relembra o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Alcindo Bastos. Um dos coordenadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele acompanhou ao lado do colega Mauro Rockenbach o desenrolar das 12 fases da Leite Compensado. A investigação ainda gerou quatro fases da Queijo Compensado.
A preocupação dos promotores foi a mesma da população gaúcha na época. No primeiro dia em que a Leite Compensado estourou, em 8 de maio de 2013, a equipe de Bastos recebeu 1,2 mil mensagens de pessoas assustadas com a fraude. “Era gente com problema de saúde, gestantes, nutricionistas, enfermeiros, médicos. Todos preocupados.”
O promotor explica que, num primeiro momento, os técnicos não entendiam o motivo para adicionar substâncias como formol no leite. Com o passar das investigações, descobriu-se que a maioria dos produtos químicos buscava esconder a adição de água ao produto, o que permitia um ganho no volume e, consequentemente, financeiro. Outra fraude visava “maquiar” leite estragado, reduzindo artificialmente a quantidade de bactérias na matéria-prima.
Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste.
Entre aqueles que atentavam contra a saúde das pessoas, o termo “pozinho mágico” era comum. “Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste”, compara Bastos.
O promotor relembra que as fraudes costumavam acontecer no transporte do leite cru. Na época, intermediários entre a indústria e os produtores negociavam e captavam o leite nas propriedades. Para ampliar os ganhos, alguns se habituaram a praticar diferentes tipos de fraude com a intenção de aumentar o volume de matéria-prima e o lucro. Daí entrava uma série de “pozinhos mágicos”. Algumas indústrias, produtores e até fiscais também chegaram a ser alvo da operação.
“Mas o problema se dava principalmente neste transporte, nos postos de resfriamento. Eram os chamados corretores de leite. Atuavam de forma meio autônoma, captando matéria-prima em diferentes propriedades e levando às indústrias”, conta o promotor.
Entenda o que mudou no setor lácteo nestes dez anos
Ano de 2008, China. A mais de 16 mil quilômetros de distância, o Brasil assiste pela televisão que problemas no leite em pó têm causado a morte de crianças chinesas. Mais de um ano depois, dois responsáveis são condenados à morte e executados. Descobriu-se que eles estavam envolvidos num esquema de adulteração com melamina, substância química que elevava artificialmente os níveis de proteína da bebida, mas não era própria para consumo humano – costuma ser usada na produção de plásticos e fertilizantes. Seis crianças morreram e mais de 300 mil ficaram doentes.
Ano de 2013, Rio Grande do Sul. Os gaúchos se assustam com uma operação desencadeada pelo Ministério Público em maio daquele ano. No foco da investigação está o leite produzido no campo e vendido em supermercados do Estado. Amostras da matéria-prima indicavam a presença de formol, substância cancerígena. Era o começo daquela que é encarada por muitos como a maior investigação com foco na saúde pública no RS e que provocou mudanças profundas num setor que mobiliza mais de cem mil famílias no Estado.
A Operação Leite Compensado ganhou manchetes, prendeu gente e descobriu que não só leite ia nas caixinhas do produto e em queijos vendidos por aqui. Formol, água oxigenada, ureia, soda cáustica. A lista de substâncias indigestas acrescentadas num dos principais alimentos da mesa do brasileiro crescia à medida que fases da operação se desenrolavam.
“No começo nos assustamos muito porque havia tido a fraude na China. E lá pessoas morreram. Achávamos que podia ser algo parecido”, relembra o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Alcindo Bastos. Um dos coordenadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele acompanhou ao lado do colega Mauro Rockenbach o desenrolar das 12 fases da Leite Compensado. A investigação ainda gerou quatro fases da Queijo Compensado.
A preocupação dos promotores foi a mesma da população gaúcha na época. No primeiro dia em que a Leite Compensado estourou, em 8 de maio de 2013, a equipe de Bastos recebeu 1,2 mil mensagens de pessoas assustadas com a fraude. “Era gente com problema de saúde, gestantes, nutricionistas, enfermeiros, médicos. Todos preocupados.”
O promotor explica que, num primeiro momento, os técnicos não entendiam o motivo para adicionar substâncias como formol no leite. Com o passar das investigações, descobriu-se que a maioria dos produtos químicos buscava esconder a adição de água ao produto, o que permitia um ganho no volume e, consequentemente, financeiro. Outra fraude visava “maquiar” leite estragado, reduzindo artificialmente a quantidade de bactérias na matéria-prima.
Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste.
Entre aqueles que atentavam contra a saúde das pessoas, o termo “pozinho mágico” era comum. “Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste”, compara Bastos.
O promotor relembra que as fraudes costumavam acontecer no transporte do leite cru. Na época, intermediários entre a indústria e os produtores negociavam e captavam o leite nas propriedades. Para ampliar os ganhos, alguns se habituaram a praticar diferentes tipos de fraude com a intenção de aumentar o volume de matéria-prima e o lucro. Daí entrava uma série de “pozinhos mágicos”. Algumas indústrias, produtores e até fiscais também chegaram a ser alvo da operação.
“Mas o problema se dava principalmente neste transporte, nos postos de resfriamento. Eram os chamados corretores de leite. Atuavam de forma meio autônoma, captando matéria-prima em diferentes propriedades e levando às indústrias”, conta o promotor.
O que prevê a Lei do Leite
Ano de 2008, China. A mais de 16 mil quilômetros de distância, o Brasil assiste pela televisão que problemas no leite em pó têm causado a morte de crianças chinesas. Mais de um ano depois, dois responsáveis são condenados à morte e executados. Descobriu-se que eles estavam envolvidos num esquema de adulteração com melamina, substância química que elevava artificialmente os níveis de proteína da bebida, mas não era própria para consumo humano – costuma ser usada na produção de plásticos e fertilizantes. Seis crianças morreram e mais de 300 mil ficaram doentes.
Ano de 2013, Rio Grande do Sul. Os gaúchos se assustam com uma operação desencadeada pelo Ministério Público em maio daquele ano. No foco da investigação está o leite produzido no campo e vendido em supermercados do Estado. Amostras da matéria-prima indicavam a presença de formol, substância cancerígena. Era o começo daquela que é encarada por muitos como a maior investigação com foco na saúde pública no RS e que provocou mudanças profundas num setor que mobiliza mais de cem mil famílias no Estado.
A Operação Leite Compensado ganhou manchetes, prendeu gente e descobriu que não só leite ia nas caixinhas do produto e em queijos vendidos por aqui. Formol, água oxigenada, ureia, soda cáustica. A lista de substâncias indigestas acrescentadas num dos principais alimentos da mesa do brasileiro crescia à medida que fases da operação se desenrolavam.
“No começo nos assustamos muito porque havia tido a fraude na China. E lá pessoas morreram. Achávamos que podia ser algo parecido”, relembra o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Alcindo Bastos. Um dos coordenadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele acompanhou ao lado do colega Mauro Rockenbach o desenrolar das 12 fases da Leite Compensado. A investigação ainda gerou quatro fases da Queijo Compensado.
A preocupação dos promotores foi a mesma da população gaúcha na época. No primeiro dia em que a Leite Compensado estourou, em 8 de maio de 2013, a equipe de Bastos recebeu 1,2 mil mensagens de pessoas assustadas com a fraude. “Era gente com problema de saúde, gestantes, nutricionistas, enfermeiros, médicos. Todos preocupados.”
O promotor explica que, num primeiro momento, os técnicos não entendiam o motivo para adicionar substâncias como formol no leite. Com o passar das investigações, descobriu-se que a maioria dos produtos químicos buscava esconder a adição de água ao produto, o que permitia um ganho no volume e, consequentemente, financeiro. Outra fraude visava “maquiar” leite estragado, reduzindo artificialmente a quantidade de bactérias na matéria-prima.
Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste.
Entre aqueles que atentavam contra a saúde das pessoas, o termo “pozinho mágico” era comum. “Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste”, compara Bastos.
O promotor relembra que as fraudes costumavam acontecer no transporte do leite cru. Na época, intermediários entre a indústria e os produtores negociavam e captavam o leite nas propriedades. Para ampliar os ganhos, alguns se habituaram a praticar diferentes tipos de fraude com a intenção de aumentar o volume de matéria-prima e o lucro. Daí entrava uma série de “pozinhos mágicos”. Algumas indústrias, produtores e até fiscais também chegaram a ser alvo da operação.
“Mas o problema se dava principalmente neste transporte, nos postos de resfriamento. Eram os chamados corretores de leite. Atuavam de forma meio autônoma, captando matéria-prima em diferentes propriedades e levando às indústrias”, conta o promotor.
Indústrias com mais rigor nas análises
Ano de 2008, China. A mais de 16 mil quilômetros de distância, o Brasil assiste pela televisão que problemas no leite em pó têm causado a morte de crianças chinesas. Mais de um ano depois, dois responsáveis são condenados à morte e executados. Descobriu-se que eles estavam envolvidos num esquema de adulteração com melamina, substância química que elevava artificialmente os níveis de proteína da bebida, mas não era própria para consumo humano – costuma ser usada na produção de plásticos e fertilizantes. Seis crianças morreram e mais de 300 mil ficaram doentes.
Ano de 2013, Rio Grande do Sul. Os gaúchos se assustam com uma operação desencadeada pelo Ministério Público em maio daquele ano. No foco da investigação está o leite produzido no campo e vendido em supermercados do Estado. Amostras da matéria-prima indicavam a presença de formol, substância cancerígena. Era o começo daquela que é encarada por muitos como a maior investigação com foco na saúde pública no RS e que provocou mudanças profundas num setor que mobiliza mais de cem mil famílias no Estado.
A Operação Leite Compensado ganhou manchetes, prendeu gente e descobriu que não só leite ia nas caixinhas do produto e em queijos vendidos por aqui. Formol, água oxigenada, ureia, soda cáustica. A lista de substâncias indigestas acrescentadas num dos principais alimentos da mesa do brasileiro crescia à medida que fases da operação se desenrolavam.
“No começo nos assustamos muito porque havia tido a fraude na China. E lá pessoas morreram. Achávamos que podia ser algo parecido”, relembra o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Alcindo Bastos. Um dos coordenadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele acompanhou ao lado do colega Mauro Rockenbach o desenrolar das 12 fases da Leite Compensado. A investigação ainda gerou quatro fases da Queijo Compensado.
A preocupação dos promotores foi a mesma da população gaúcha na época. No primeiro dia em que a Leite Compensado estourou, em 8 de maio de 2013, a equipe de Bastos recebeu 1,2 mil mensagens de pessoas assustadas com a fraude. “Era gente com problema de saúde, gestantes, nutricionistas, enfermeiros, médicos. Todos preocupados.”
O promotor explica que, num primeiro momento, os técnicos não entendiam o motivo para adicionar substâncias como formol no leite. Com o passar das investigações, descobriu-se que a maioria dos produtos químicos buscava esconder a adição de água ao produto, o que permitia um ganho no volume e, consequentemente, financeiro. Outra fraude visava “maquiar” leite estragado, reduzindo artificialmente a quantidade de bactérias na matéria-prima.
Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste.
Entre aqueles que atentavam contra a saúde das pessoas, o termo “pozinho mágico” era comum. “Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste”, compara Bastos.
O promotor relembra que as fraudes costumavam acontecer no transporte do leite cru. Na época, intermediários entre a indústria e os produtores negociavam e captavam o leite nas propriedades. Para ampliar os ganhos, alguns se habituaram a praticar diferentes tipos de fraude com a intenção de aumentar o volume de matéria-prima e o lucro. Daí entrava uma série de “pozinhos mágicos”. Algumas indústrias, produtores e até fiscais também chegaram a ser alvo da operação.
“Mas o problema se dava principalmente neste transporte, nos postos de resfriamento. Eram os chamados corretores de leite. Atuavam de forma meio autônoma, captando matéria-prima em diferentes propriedades e levando às indústrias”, conta o promotor.
Análises diárias na indústria e profissionalização no campo fortalecem cadeia
Ano de 2008, China. A mais de 16 mil quilômetros de distância, o Brasil assiste pela televisão que problemas no leite em pó têm causado a morte de crianças chinesas. Mais de um ano depois, dois responsáveis são condenados à morte e executados. Descobriu-se que eles estavam envolvidos num esquema de adulteração com melamina, substância química que elevava artificialmente os níveis de proteína da bebida, mas não era própria para consumo humano – costuma ser usada na produção de plásticos e fertilizantes. Seis crianças morreram e mais de 300 mil ficaram doentes.
Ano de 2013, Rio Grande do Sul. Os gaúchos se assustam com uma operação desencadeada pelo Ministério Público em maio daquele ano. No foco da investigação está o leite produzido no campo e vendido em supermercados do Estado. Amostras da matéria-prima indicavam a presença de formol, substância cancerígena. Era o começo daquela que é encarada por muitos como a maior investigação com foco na saúde pública no RS e que provocou mudanças profundas num setor que mobiliza mais de cem mil famílias no Estado.
A Operação Leite Compensado ganhou manchetes, prendeu gente e descobriu que não só leite ia nas caixinhas do produto e em queijos vendidos por aqui. Formol, água oxigenada, ureia, soda cáustica. A lista de substâncias indigestas acrescentadas num dos principais alimentos da mesa do brasileiro crescia à medida que fases da operação se desenrolavam.
“No começo nos assustamos muito porque havia tido a fraude na China. E lá pessoas morreram. Achávamos que podia ser algo parecido”, relembra o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Alcindo Bastos. Um dos coordenadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele acompanhou ao lado do colega Mauro Rockenbach o desenrolar das 12 fases da Leite Compensado. A investigação ainda gerou quatro fases da Queijo Compensado.
A preocupação dos promotores foi a mesma da população gaúcha na época. No primeiro dia em que a Leite Compensado estourou, em 8 de maio de 2013, a equipe de Bastos recebeu 1,2 mil mensagens de pessoas assustadas com a fraude. “Era gente com problema de saúde, gestantes, nutricionistas, enfermeiros, médicos. Todos preocupados.”
O promotor explica que, num primeiro momento, os técnicos não entendiam o motivo para adicionar substâncias como formol no leite. Com o passar das investigações, descobriu-se que a maioria dos produtos químicos buscava esconder a adição de água ao produto, o que permitia um ganho no volume e, consequentemente, financeiro. Outra fraude visava “maquiar” leite estragado, reduzindo artificialmente a quantidade de bactérias na matéria-prima.
Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste.
Entre aqueles que atentavam contra a saúde das pessoas, o termo “pozinho mágico” era comum. “Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste”, compara Bastos.
O promotor relembra que as fraudes costumavam acontecer no transporte do leite cru. Na época, intermediários entre a indústria e os produtores negociavam e captavam o leite nas propriedades. Para ampliar os ganhos, alguns se habituaram a praticar diferentes tipos de fraude com a intenção de aumentar o volume de matéria-prima e o lucro. Daí entrava uma série de “pozinhos mágicos”. Algumas indústrias, produtores e até fiscais também chegaram a ser alvo da operação.
“Mas o problema se dava principalmente neste transporte, nos postos de resfriamento. Eram os chamados corretores de leite. Atuavam de forma meio autônoma, captando matéria-prima em diferentes propriedades e levando às indústrias”, conta o promotor.
No campo, se mantém quem consegue cumprir as metas
Ano de 2008, China. A mais de 16 mil quilômetros de distância, o Brasil assiste pela televisão que problemas no leite em pó têm causado a morte de crianças chinesas. Mais de um ano depois, dois responsáveis são condenados à morte e executados. Descobriu-se que eles estavam envolvidos num esquema de adulteração com melamina, substância química que elevava artificialmente os níveis de proteína da bebida, mas não era própria para consumo humano – costuma ser usada na produção de plásticos e fertilizantes. Seis crianças morreram e mais de 300 mil ficaram doentes.
Ano de 2013, Rio Grande do Sul. Os gaúchos se assustam com uma operação desencadeada pelo Ministério Público em maio daquele ano. No foco da investigação está o leite produzido no campo e vendido em supermercados do Estado. Amostras da matéria-prima indicavam a presença de formol, substância cancerígena. Era o começo daquela que é encarada por muitos como a maior investigação com foco na saúde pública no RS e que provocou mudanças profundas num setor que mobiliza mais de cem mil famílias no Estado.
A Operação Leite Compensado ganhou manchetes, prendeu gente e descobriu que não só leite ia nas caixinhas do produto e em queijos vendidos por aqui. Formol, água oxigenada, ureia, soda cáustica. A lista de substâncias indigestas acrescentadas num dos principais alimentos da mesa do brasileiro crescia à medida que fases da operação se desenrolavam.
“No começo nos assustamos muito porque havia tido a fraude na China. E lá pessoas morreram. Achávamos que podia ser algo parecido”, relembra o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Alcindo Bastos. Um dos coordenadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele acompanhou ao lado do colega Mauro Rockenbach o desenrolar das 12 fases da Leite Compensado. A investigação ainda gerou quatro fases da Queijo Compensado.
A preocupação dos promotores foi a mesma da população gaúcha na época. No primeiro dia em que a Leite Compensado estourou, em 8 de maio de 2013, a equipe de Bastos recebeu 1,2 mil mensagens de pessoas assustadas com a fraude. “Era gente com problema de saúde, gestantes, nutricionistas, enfermeiros, médicos. Todos preocupados.”
O promotor explica que, num primeiro momento, os técnicos não entendiam o motivo para adicionar substâncias como formol no leite. Com o passar das investigações, descobriu-se que a maioria dos produtos químicos buscava esconder a adição de água ao produto, o que permitia um ganho no volume e, consequentemente, financeiro. Outra fraude visava “maquiar” leite estragado, reduzindo artificialmente a quantidade de bactérias na matéria-prima.
Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste.
Entre aqueles que atentavam contra a saúde das pessoas, o termo “pozinho mágico” era comum. “Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste”, compara Bastos.
O promotor relembra que as fraudes costumavam acontecer no transporte do leite cru. Na época, intermediários entre a indústria e os produtores negociavam e captavam o leite nas propriedades. Para ampliar os ganhos, alguns se habituaram a praticar diferentes tipos de fraude com a intenção de aumentar o volume de matéria-prima e o lucro. Daí entrava uma série de “pozinhos mágicos”. Algumas indústrias, produtores e até fiscais também chegaram a ser alvo da operação.
“Mas o problema se dava principalmente neste transporte, nos postos de resfriamento. Eram os chamados corretores de leite. Atuavam de forma meio autônoma, captando matéria-prima em diferentes propriedades e levando às indústrias”, conta o promotor.
As 12 fases da Leite Compensado
Ano de 2008, China. A mais de 16 mil quilômetros de distância, o Brasil assiste pela televisão que problemas no leite em pó têm causado a morte de crianças chinesas. Mais de um ano depois, dois responsáveis são condenados à morte e executados. Descobriu-se que eles estavam envolvidos num esquema de adulteração com melamina, substância química que elevava artificialmente os níveis de proteína da bebida, mas não era própria para consumo humano – costuma ser usada na produção de plásticos e fertilizantes. Seis crianças morreram e mais de 300 mil ficaram doentes.
Ano de 2013, Rio Grande do Sul. Os gaúchos se assustam com uma operação desencadeada pelo Ministério Público em maio daquele ano. No foco da investigação está o leite produzido no campo e vendido em supermercados do Estado. Amostras da matéria-prima indicavam a presença de formol, substância cancerígena. Era o começo daquela que é encarada por muitos como a maior investigação com foco na saúde pública no RS e que provocou mudanças profundas num setor que mobiliza mais de cem mil famílias no Estado.
A Operação Leite Compensado ganhou manchetes, prendeu gente e descobriu que não só leite ia nas caixinhas do produto e em queijos vendidos por aqui. Formol, água oxigenada, ureia, soda cáustica. A lista de substâncias indigestas acrescentadas num dos principais alimentos da mesa do brasileiro crescia à medida que fases da operação se desenrolavam.
“No começo nos assustamos muito porque havia tido a fraude na China. E lá pessoas morreram. Achávamos que podia ser algo parecido”, relembra o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor, Alcindo Bastos. Um dos coordenadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ele acompanhou ao lado do colega Mauro Rockenbach o desenrolar das 12 fases da Leite Compensado. A investigação ainda gerou quatro fases da Queijo Compensado.
A preocupação dos promotores foi a mesma da população gaúcha na época. No primeiro dia em que a Leite Compensado estourou, em 8 de maio de 2013, a equipe de Bastos recebeu 1,2 mil mensagens de pessoas assustadas com a fraude. “Era gente com problema de saúde, gestantes, nutricionistas, enfermeiros, médicos. Todos preocupados.”
O promotor explica que, num primeiro momento, os técnicos não entendiam o motivo para adicionar substâncias como formol no leite. Com o passar das investigações, descobriu-se que a maioria dos produtos químicos buscava esconder a adição de água ao produto, o que permitia um ganho no volume e, consequentemente, financeiro. Outra fraude visava “maquiar” leite estragado, reduzindo artificialmente a quantidade de bactérias na matéria-prima.
Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste.
Entre aqueles que atentavam contra a saúde das pessoas, o termo “pozinho mágico” era comum. “Com o passar do tempo, vimos que isso estava enraizado em muitos locais. Parecia o velho oeste”, compara Bastos.
O promotor relembra que as fraudes costumavam acontecer no transporte do leite cru. Na época, intermediários entre a indústria e os produtores negociavam e captavam o leite nas propriedades. Para ampliar os ganhos, alguns se habituaram a praticar diferentes tipos de fraude com a intenção de aumentar o volume de matéria-prima e o lucro. Daí entrava uma série de “pozinhos mágicos”. Algumas indústrias, produtores e até fiscais também chegaram a ser alvo da operação.
“Mas o problema se dava principalmente neste transporte, nos postos de resfriamento. Eram os chamados corretores de leite. Atuavam de forma meio autônoma, captando matéria-prima em diferentes propriedades e levando às indústrias”, conta o promotor.