CRIMES SEXUAIS

Mulheres buscam atendimento espiritual e se tornam vítimas de líder religioso no RS

Casos aconteceram em Porto Alegre e em Cidreira, no litoral norte. Homem foi denunciado pelo Ministério Público

Publicado em: 11/08/2023 17:24
Última atualização: 22/08/2023 08:36

Uma mulher debilitada em um leito hospitalar fazia tratamento contra um câncer de estômago quando buscou atendimento espiritual de um líder religioso. Conforme o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), ele, no entanto, se aproveitou da condição da vítima e passou as mãos em partes íntimas da paciente. O caso aconteceu em 2017, dentro de um hospital em Porto Alegre, e está na denúncia do MPRS encaminhada à Justiça na segunda-feira (7) contra o homem. 

O promotor de Justiça José Nilton Costa de Souza diz que na ocasião, o acusado, na condição de líder religioso, foi até o hospital sob o pretexto de que daria um “passe” na vítima e se aproveitou da vulnerabilidade da mulher. No mesmo ano, ele chamou a mesma vítima para ir até sua residência, no bairro Passo D'Areia, com a finalidade de tratamento espiritual, e, de novo, passou as mãos em seu corpo.

Além desta denúncia, ambas praticadas na capital gaúcha, outra mulher foi vítima do líder religioso em 2015, desta vez no litoral norte. Na residência do acusado em Cidreira, ele tocou nas nádegas da paciente, que reclamou e ficou incomodada com a conduta do homem. Após, a esposa do líder religioso telefonou para a mulher e tentou justificar a atitude do marido, afirmando que ele não tinha agido por mal e que havia sido uma “brincadeira de mau gosto”, acobertando o crime.

O acusado responde por estupro praticado contra pessoa em situação de vulnerabilidade, violação sexual mediante fraude e importunação sexual. A esposa do homem também foi denunciada por ter participação no crime de importunação sexual praticado em 2015. As vítimas são duas mulheres que teriam buscado atendimento espiritual pelo casal.

O MPRS pediu a prisão preventiva do denunciado, que foi negada, e recorreu da decisão.

O processo tramita em sigilo para preservar a intimidade das partes envolvidas.

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