VALE DO CAÍ
Morto a pauladas, filho de ex-vereador sofria ameaças ligadas a um namoro conturbado
"Muitas pessoas vieram me falar sobre crime passional", relata a mãe, empresária e ex-secretária municipal
Última atualização: 17/10/2023 23:06
O pintor Ederson Luis de Paula, o Eder, 39 anos, morto a pauladas em São Sebastião do Caí na noite de sexta-feira (29), vinha sofrendo ameaças por causa de relacionamento conturbado com uma moradora da região. Um ex-companheiro da namorada da vítima estaria por trás das intimidações.
Eder era filho do ex-vereador da cidade Paulo Luiz de Paula, já falecido, e da empresária Neusa Gegler, ex-secretária de Desenvolvimento Social, Econômico e Turismo de São José do Hortêncio. "Muitas pessoas vieram me falar sobre crime passional durante o velório. Meu filho tinha muitos amigos. Era uma pessoa simples e bastante bondoso", relata Neusa.
A Polícia também recebeu as informações. Trabalha com crime passional como principal hipótese e analisa imagens de câmeras dos arredores da casa onde o pintor morava com o avô, na Avenida Bruno Cassel. Eder foi encontrado inconsciente no quarto, por um tio, e morreu meia hora depois no hospital.
O enterro ocorreu na manhã de domingo (1º) no Cemitério Municipal de São Sebastião do Caí. "Machucaram bastante meu filho. A agressão foi tão violenta que a gente teve que fazer o velório com caixão fechado."
A mãe descarta que o homicídio tenha relação com drogas. "Mesmo ele sendo dependente químico e alcoólatra, fica totalmente descartada a questão que muitos possam entender. Foi dívida de droga? Não, porque ele nunca ficava devendo assim."
No início do ano, ela acionou a Justiça e conseguiu internação compulsória. "Nunca desisti do meu filho. É uma situação de saúde pública que necessita de apoio familiar. Muitas pessoas conseguem se recuperar. No caso do Eder, acabou recaindo. Não foi o primeiro tratamento dele."
Ela frisa que, mesmo assim, Eder não deixava de trabalhar. "Era um ótimo profissional, muito caprichoso e requisitado. Nunca foi negligente. Como era autônomo, deixava de ir quando não estava bem. Tinha o apoio de patrões e parceiros de obras, que gostavam de contar com o trabalho dele."