ANGÚSTIA
Moradora de Novo Hamburgo vive drama de filho preso no Líbano: "Tudo isso me deixa mais doente"
Claudete Aparecida dos Santos convive com a saudade e a incerteza sobre a situação de Igor Antônio dos Santos Cabral
Última atualização: 17/10/2023 22:11
Há nove meses, Claudete Aparecida dos Santos, 48 anos, moradora de Novo Hamburgo, vive o drama de conviver com a saudade e com a incerteza do que ainda está por vir. Isso porque, em dezembro do ano passado, o filho Igor Antônio dos Santos Cabral, 26, foi preso em Beirute, no Líbano, e desde lá a angústia toma conta.
"Falo com ele por telefone toda a semana. Mas minha maior esperança é passar o Natal com meu filho", diz Claudete.
Segundo a moradora do Vale do Sinos, o filho é bem tratado e as conversas são possíveis porque uma vez na semana um assistente da embaixada faz visita e empresta o celular. "Às vezes conversamos por videochamada e outras por mensagens. Ele me manda cartas também, mas a saudade que sinto e o medo do que pode acontecer tem me adoecido", relata.
Antes da prisão de Igor, Claudete já tinha quadros depressivos, mas de acordo com ela, sua saúde mental ficou muito abalada. "Os julgamentos de familiares e conhecidos, que diziam que eu sabia o que ele tinha feito. O fato dele estar lá, preso. Tudo isso me deixou mais doente", desabafa.
Claudete prefere usar as oportunidades que tem de conversar com o filho para saber notícias boas sobre ele. "Não toquei no assunto do motivo que ele foi preso, mas quando ele voltar, eu quero saber tudo e entender também", explica.
O filho de Claudete foi preso junto com a namorada, Juliana Nunes do Nascimento. Os dois saíram de Carazinho, região norte do Estado, cidade onde residiam, para uma viagem, que segundo eles, seria para fazer compras em São Paulo. A família chegou a fazer boletim de ocorrência de desaparecimento, visto que o casal parou de dar notícias.
Conforme o Jornal do Líbano, chegando lá, no dia 19 de dezembro, eles foram flagrados transportando 500 gramas de cocaína no estômago, cada um. "Eu não consigo acreditar que ele foi capaz de fazer isso. No exército, ele recebeu honras por boas condutas e, agora, era músico", acrescenta a mãe de Igor.
Para defender o filho, Claudete contratou um advogado que mora no Líbano e, conforme ela, ainda não há data definida, mas o julgamento do casal deve ocorrer no fim do ano.
A reportagem do Grupo Sinos tentou contato com o Ministério de Relações Exteriores, que disse que, por meio da Embaixada do Brasil em Beirute, segue prestando a assistência consular ao Igor. Entretanto, detalhes sobre o caso não podem ser repassados, devido ao direito à privacidade.