Uma empregada doméstica de 45 anos ficou sem o carro e ainda perdeu dinheiro para golpistas no fim de semana em Novo Hamburgo. No desespero para reaver um Gol azul ano 1999, sem seguro, ela pagou 600 reais a um falso dono de desmanche. “Minha filha usava para trabalhar e levar meu neto à escola. Me sinto muito mal”, relata a vítima.
O furto aconteceu em pleno Centro, na Avenida Nicolau Becker, por volta das 23 horas de sexta-feira (22). A doméstica havia deixado o Gol estacionado na frente do trabalho. Pela manhã, ao constatar a falta do automóvel, resolveu anunciar nas redes sociais.
“Dez minutos depois, um homem me ligou. Se identificou como Rogério, dono de um desmanche em Novo Hamburgo, e disse que alguém tinha passado meu carro pra ele por R$ 1,4 mil. Alegou que não queria aquele carro e pediu o mesmo valor pra não desmanchar.” Ela salienta o poder de convencimento. “Ele entrou no meu psicológico. Eu tinha anunciado só com a placa, mas ele sabia de todos os dados, como chassi e renavam.”
A vítima tentou negociar. “Eu implorei. Disse que não tinha dinheiro e ele me falou que, se eu conseguisse 600 reais agora, levaria o carro onde eu quisesse. Me deu uma hora, senão ia desmanchar. Eu nunca tinha passado por isso. Então aceitei, porque queria muito o carro de volta. A gente precisa.” Ela fez o Pix no valor ofertado e combinou o lugar de recebimento.
“Fui ao local e não estava”
Ainda na manhã de sábado (23), ao sair para buscar o Gol, a doméstica seguiu numa saga de surpresas. “Fui ao local e o carro não estava. Uma hora depois, a polícia me ligou dizendo que tinha sido localizado em Lomba Grande.” A notícia, porém, não era boa como parecia. “Estava praticamente desmontado. Sem pneus, rodas, bateria. Fora os pertences, como a cadeirinha do meu neto, carteira da minha filha com documentos, óculos, cartão de vacinação.”
Ela narra que, na ida à delegacia, recebeu outra ligação dos golpistas. “Um outro disse que era funcionário do dono do desmanche e que estava indo entregar, mas que precisava de mais 600 reais. Claro que desta vez não caí.” Outro problema, agora, é a burocracia para retirar o veículo. “Ainda nem consegui ver o carro. Já fui de um lugar para outro atrás de uma liberação.”
Os vigaristas ligaram de celulares com DDDs diferentes. Um é 41, do Paraná, e o outro 11, de São Paulo. “Sou trabalhadora. Nunca tirei nada de ninguém e sou enganada dessa forma.”
Outros casos
Um homem de 76 anos teve o carro furtado na frente de casa, na Rua Curitibanos, bairro Canudos, por volta do meio-dia de domingo (24). Era um Monza prata ano 1991, relíquia do idoso.
Um morador da Rua Marquês de Barbacena, no bairro Canudos, chegou a ouvir o barulho do motor do carro quando era ligado por ladrões, por volta das 22 horas de sábado, na frente de casa. Olhou para fora e tentou ir atrás, mas os criminosos já tinham fugido com o Gol vermelho ano 1998. O carro é do pai, que o havia deixado com o filho para fazer uma viagem.
Um Uno Mille branco ano 2001 foi furtado entre a manhã e tarde de sexta-feira na frente da Escola Municipal Senador Salgado Filho, na Rua Vereador Oscar Horn, bairro Canudos. O automóvel é de uma merendeira de 31 anos, funcionária do colégio, que o tinha estacionado às 7 horas. Quando saiu do trabalho, às 16h45, viu que o carro havia sido levado por ladrões.
A moto que uma jovem de 23 anos deixava todas as noites na frente do prédio onde mora, na Rua Guananás, bairro Ouro Branco, foi furtada na madrugada de sexta-feira. A vítima percebeu o crime quando foi pegar a Honda CG 150 preta para ir ao trabalho, às 6h30 de sexta-feira.
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