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SUMIU HÁ TRÊS MESES

Mapas mostram área de mata em que desaparecimento de idoso aconteceu; veja o que a Polícia Civil descobriu até o momento

Selívio Colombo, de 67 anos, é morador de Três Coroas, no Vale do Paranhana, e não é visto desde julho deste ano

Kassiane Michel
Publicado em: 19/10/2023 às 16h:24 Última atualização: 19/10/2023 às 16h:25
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Depois de três meses de investigação, se aproxima do fim a atuação da Polícia Civil no caso do desaparecimento de Selívio Colombo, morador da zona rural de Três Coroas, no Vale do Paranhana. Mapas com imagens de satélite da residência dele feitas pela Polícia, mostram que a área onde ele sumiu, na localidade de Canastra Alta, é de mata fechada.

Agentes da Polícia Civil e Corpo de Bombeiros fizeram mais de 20 incursões no local, mas nenhuma pista sobre o agricultor foi encontrada. “São milhares de hectares de mata, que consiste a redondeza do local onde ele pode ter sumido”, afirma o delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari.

Resultado de perícia

Nesta semana, a Polícia recebeu o laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) sobre as coletas feitas na residência de Colombo e em uma carroça. Com uso de luminol, os peritos identificaram presença de sangue no local.

Com o resultado, só foi confirmado que havia sangue humano em um lugar da casa: a pia do banheiro. “É um local que frequentemente você acaba expelindo sangue, seja por fazer a barba, seja por a gente cortar a mão ou qualquer outra circunstância.” Assim, não há nenhum indício de que o homem pudesse ter sido vítima de um crime. 

O que a Polícia acredita que aconteceu

A teoria mais forte para a Polícia é que o idoso possa ter sofrido uma desorientação. “Apesar da família ter apontado que ele não tinha doença de Alzheimer diagnosticada, em conversa e através da prova testemunhal a gente verificou indícios de uma possível demência senil”, diz Caliari. 

Selívio Colombo, de 67 anos | Jornal NH



Selívio Colombo, de 67 anos

Foto: Arquivo pessoal

O delegado explica que as testemunhas relataram que o homem costumava repetir assuntos e relatava, com frequência, histórias do passado e dizia estar com saudades dos pais, que já morreram há anos. Os relatos se somam ao fato de que, em abril deste ano, o morador de Três Coroas disse à família que iria fazer o conserto de uma mangueira em um sítio. Na ocasião, também foi feito registro na delegacia e os bombeiros o encontraram caminhando na área rural do município.

Outros fatores que dificultam a localização são “a razão de ser uma área rural e grande de mata, poucos vizinhos e também pelo fato dele ter sumido no final da tarde/início da noite e em um período bastante frio e chuvoso”, enfatiza o titular da delegacia. 

Desaparecido não movimentou contas e deixou dinheiro em casa

A investigação também pediu a quebra de sigilo bancário das contas de Colombo. “A gente não verificou nenhuma transação que pudesse nos levar a crer que alguém está com o cartão dele, que ele sofreu algum tipo de roubo, latrocínio ou até mesmo homicídio para a questão de se apropriar de algum valor financeiro.”

Segundo o responsável pelo caso, o desaparecido não tinha telefone celular e saiu de casa apenas com a roupa que usava e sem documentos. Ele teria deixado a carteira na residência, com cerca de R$ 1 mil.

Conclusão do inquérito

Nos próximos dias, o inquérito policial será concluído e enviado à Justiça. “Para conhecimento tanto do juiz quanto do promotor do Ministério Público para que eles, entendendo que haja alguma eventual diligência que a gente não tenha vislumbrado, possam nos remeter de volta o procedimento para que a gente atenda a possíveis requisições de mais apurações”, conclui o delegado.

Aniversário nesta semana

Colombo saiu de casa na tarde de 13 de julho e depois disso não foi mais visto. “A gente está morto por dentro porque a gente não sabe nada. Não tem como dar uma resposta para a filha de 10 anos, nem para a enteada. Nós amamos ele muito, mas não temos resposta. Muito triste”, relatou a esposa Márcia Moser para a reportagem na última semana. 

O aniversário de 67 anos do idoso foi nesta segunda-feira (16). A esposa conta que gostaria de encontrá-lo para poderem comemorar a data. “É ainda mais triste agora com a vinda do aniversário dele, que a gente sempre fazia um churrasco, fazia um bolo para ele”, lamentou. 

Pistas podem ser repassadas à Polícia

Quem tiver informações sobre o paradeiro de Colombo pode relatar à Polícia Civil, inclusive anonimamente, pelo telefone (51) 3546-1190.

O que fazer quando uma pessoa desaparece

A denúncia de um desaparecimento pode ser imediata. Assim que constatado o sumiço, o registro pode ser feito na Delegacia de Polícia da sua cidade ou através da Delegacia Online RS. Da mesma forma, quando a pessoa é localizada, o registro deve ser feito na Polícia para que o caso seja encerrado.

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