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INVESTIGAÇÃO

Mães são presas em Igrejinha e Dois Irmãos por exploração sexual dos filhos em troca de Pix

Mulheres negociavam crianças de 6 e 7 anos com empresário. Nova fase da operação da Polícia Civil mirou suspeitas dos vales do Sinos e Paranhana

Nadine Funck
Publicado em: 16/08/2023 às 15h:44
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Duas mulheres foram presas nos vales do Sinos e Paranhana por explorar sexualmente os próprios filhos a um empresário em troca de Pix. Ambas foram encontradas na quinta fase da Operação La Lumière, que tem o objetivo de apurar casos de exploração sexual infanto-juvenil.



Conforme a delegada Camila Franco Defaveri, que coordenou a ação da 1ª Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente, do Departamento Estadual de Proteção aos Grupos de Vulneráveis (DPCA/DECA/DPGV), a primeira suspeita foi encontrada na terça-feira do dia 8 de agosto, em Dois Irmãos.

Na residência da acusada, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão, bem como a prisão preventiva da mulher, suspeita de envolver o filho de 6 anos no crime.

Na segunda-feira (14), os mandados de prisão preventiva e busca e apreensão foram cumpridos em Igrejinha. A mulher é acusada de negociar filha de 7 anos ao empresário em troca de Pix. No local, a Polícia apreendeu o celular da suspeita, que será submetido às perícias em busca de mais informações sobre a participação da indiciada.

Conforme Camila, assim que as ordens foram cumpridas, a Polícia percebeu que ambas as crianças estavam bem cuidadas, frequentando a escola e sob os cuidados de avós. As idades das duas presas nesta fase da operação variam entre 22 os 27 anos. Mais informações não puderam ser repassadas, visto que “o processo está sob sigilo grau máximo”.

Mandados cumpridos até o momento

Até o momento contabiliza-se 19 mandados judiciais, entre eles sete de prisão preventiva – sendo uma do investigado principal, que foi indiciado pelos crimes de estupro de vulnerável, exploração sexual infanto-juvenil, armazenar fotos de sexo infantil e juvenil em rede BBS/internet de computador. Camila expõe que os inquéritos policiais já foram remetidos ao Poder Judiciário.

As outras seis preventivas são de mães de crianças vítimas de estupro de vulnerável, exploração sexual, dentre outros crimes contra dignidade sexual infanto-juvenil.

Camila expõe que as genitoras estão sendo investigadas pelos crimes do artigos 218-B, 217-A, todos do Código Penal: favorecimento da prostituição ou da forma de exploração sexual de crianças e adolescente e estupro de vulnerável.

As ações contaram com o apoio da 1ªDPCA/DECA/DPGV, e dos peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) da área de Informática.

Modus operandi

O homem é considerado “um criminoso contumaz” pela Polícia e foi indiciado pelos crimes. Ele usava sites de prostituição estilo “Sugar Baby” para conhecer pessoas, sempre do sexo feminino, com filhos entre 0-12 anos.

A partir do primeiro contato, convidava as mulheres para participação de encontros “familiares”, demonstrando boas intenções ao solicitar Pix para imediato depósito.

Em seguida, iniciavam as combinações, remetendo a tabelas em forma de “cardápio”, que apresentava os valores a serem pagos por ele para a prática de determinados atos. Após fechar os valores com as mães, o homem marcava encontros em locais reservados, em hotéis nas cidades ou em uma de suas residências em Imbé.

Canais de denúncia

  • Disque-denúncia 0800 510 2828
  • Disque 100 – Vítimas ou testemunhas de violações de direitos de crianças e adolescentes podem efetuar a denúncia através do Disque 100, serviço do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A ligação é gratuita, funciona 24 horas e pode ser feita de qualquer parte do Brasil, todos os dias da semana. Também é possível realizar a denúncia pelo site. Nos dois casos há a possibilidade do anonimato.
  • Conselho Tutelar – Deve ser acionado nos casos de violência, inclusive por familiares, de ameaça ou humilhação por agentes públicos, e de atendimento médico negado. O Conselho Tutelar é um dos órgãos de proteção e também recebe denúncias de violações dos direitos das crianças e adolescentes.
  • Disque 180 – Em casos de violência contra mulheres e meninas, seja violência psicológica, física, sexual causada por pais, irmãos, filhos ou qualquer pessoa. O serviço é gratuito e anônimo.
  • Polícias – A Polícia Militar deve ser acionada em casos de necessidade imediata ou de socorro rápido. O número 190 recebe ligações de forma gratuita em todo o território nacional. Também é possível acionar as Delegacias Especializadas de Proteção à Criança e ao Adolescente.
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