Um mês após a morte do pequeno Arthur Fetzer, morador de Estância Velha, a mãe, Juliane Fetzer, decidiu fazer um abaixo-assinado para que a vacina contra meningite B seja oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, o imunizante pode ser adquirido apenas no sistema privado.
A luta começou logo que Juliane recebeu o atestado de óbito do filho. O documento indica que Arthur morreu por meningite bacteriana. Segundo a mãe, o filho foi acometido pelo tipo B da doença.
No dia em que a criança faleceu, em 25 de junho, ela levou o bebê para Novo Hamburgo para ser atendido na Doctor Clin e no Hospital Regina, onde não resistiu. (Veja o posicionamento das instituições)
Duas semanas se passaram e ela decidiu aparecer nas redes sociais para falar sobre o caso. Naquele momento, alertou os pais e responsáveis sobre a importância de buscar esclarecimentos e informação com os pediatras a respeito da doença.
Desde a perda de Arthur, ela conta que sentiu que deveria fazer algo para que a vacina contra o tipo B fosse adquirida de forma gratuita. Os valores de cada uma das três doses necessárias para prevenir a doença variam em torno dos R$ 700.
Segundo ela, uma matéria do Grupo Sinos sobre o Projeto de Lei (PL) para incluir a vacina contra o tipo B no Plano Nacional de Imunização a motivou a fazer o abaixo-assinado. “Eu vi aquela matéria de vocês que tinha esse PL e me instigou mais ainda, me motivou mais ainda. Na semana passada, eu me foquei mais nisso e amigas minhas me ajudaram a pesquisar uma plataforma para [fazer] isso”, conta Juliane.
O abaixo-assinado foi criado na quarta-feira (26) e, no início da tarde desta sexta (28), já contava com quase 27 mil assinaturas. Não há um número limite para assinaturas, mas Juliane destaca que quanto mais, melhor. Clique aqui e confira o documento.
E depois?
Juliane pretende apresentar o abaixo-assinado para um vereador de Estância Velha. Segundo ela, o parlamentar irá ao Distrito Federal para pressionar os deputados perante a votação do PL.
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Conclusão da causa da morte de Arthur
O laudo entregue à Juliane atesta que a causa da morte do menino foi meningite meningocócica.
No entanto, a Vigilância em Saúde do RS comunica que o sangue enviado para análise no Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen) deu não detectável na RT-PCR para as três principais bactérias monitoradas no Rio Grande do Sul.
A Vigilância em Saúde de Estância Velha disse que o Estado concluiu que o resultado do exame deu negativo “para as doenças causadas por bactérias que possuem a vacinação” e que o “agente causador do óbito desconhecido”.
Em nota, o governo estadual afirma que Arthur não apresentou sinais de irritação meníngea e que não foi feita a coleta de líquor “devido ao quadro gravíssimo que a criança chegou no hospital”. “Logo, possivelmente não teve uma meningite e sim uma sepse.”
*Colaborou: Eduardo Amaral
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