A Justiça decidiu que Cláudia de Almeida Heger e Andrew Heger Ribas devem ir a júri pelas mortes de Rubem Affonso Heger e Marlene dos Passos Stafford Heger. Os réus são a filha e o neto do idoso, que desapareceu com a esposa no dia 27 de fevereiro do ano passado.
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O casal era morador do bairro Carlos Wilkens, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e havia recebido a visita de Cláudia e de Andrew naquela data. Na época, eles tinham de 85 e 54 anos, respectivamente.
A decisão é do Juiz Marco Luciano Wächter, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Cachoerinha, e foi divulgada nesta sexta-feira (15). “É fácil perceber a probabilidade de de ser reconhecido o dolo dos agentes que, em razão de conflitos familiares e interesse financeiro, se deslocaram até a residências das vítimas com o intento de matá-las”, diz o Juiz na decisão.
De acordo com a denúncia, eles são acusados de duplo homicídio, com as qualificadoras de dissimulação, motivo torpe e traição, ocultação de cadáver, maus-tratos a animal doméstico, pois teriam matado a cachorra das vítimas, e fraude processual. Cláudia ainda é acusada de desacato, e Andrew, de resistência à abordagem policial.
Cláudia está presa preventivamente. Já Andrew, foi considerado inimputável, depois de passar por avaliação psicológica. Ele está internado no Instituto Psiquiátrico Forense, em Porto Alegre.
O que dizem as defesas
O advogado Jean Severo, que defende Cláudia, diz que a mulher e o filho são inocentes. “Vou conversar com a cliente agora para ver se nós vamos recorrer dessa decisão ou se vamos à júri de uma vez, porque, afinal de contas, ela está presa. Então, vamos decidir em conjunto e se vamos recorrer ou não.”
A defesa de Andrew, entrou em contato com a reportagem na manhã desta segunda-feira (18). Em nota, o advogado André von Berg diz que “a sentença de pronúncia não fez a adequada Justiça pelo elementos de prova constantes dos autos”.
“Iremos recorrer buscando a reforma da sentença. Ainda temos um longo caminho de batalhas jurídicas a ser percorrido já que tenho convicção na inocência do Andrew”, acrescenta.
Relembre o caso
A denúncia formulada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) foi recebida pela Justiça em 27 de maio de 2022. Conforme o MPRS, Cláudia e Andrew foram de carro à residência do casal supostamente para realizar uma faxina.
Ao estacionaram no pátio, usaram colchões para bloquear a vista para a garagem. Depois de matarem as vítimas, usaram o veículo, do qual foi retirada a forração para evitar resquícios das vítimas (fraude processual), para transporte dos corpos – que foram ocultados.
O MPRS aponta como motivo para os homicídios a insatisfação de Cláudia com a interrupção do auxílio financeiro fornecido pelo pai. Andrew teria prestado apoio moral, físico e logístico à mãe.
Os réus, em depoimento judicial, negaram as acusações.
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