Após participar de mais uma audiência pública sobre o programa Assistir, o prefeito Jairo Jorge afirmou que as perdas recentes de recursos e aquelas programadas para 2024, podem causar grande dano ao sistema de saúde. “Isso vai gerar um colapso na saúde do Rio Grande do Sul.” A afirmação do prefeito de Canoas acontece após os cálculos feitos pelo município. “Somos referência para mais de 100 cidades com os Hospitais Universitário e de Pronto Socorro.”
Conforme Jairo, em 2022 foram R$ 14 milhões perdidos. “Justamente o valor mensal para manter o Hospital Universitário (HU).” Em 2023 as perdas são de cerca de R$ 1,2 milhão todos os meses. “No ano que vem, esse valor vai chegar a R$ 3,5 milhões ao mês em outubro de 2024.” O prefeito explica que, de acordo com o cronograma do Assistir, em janeiro a saúde de Canoas passa a perder R$ 2,4 milhões em repasses do Estado. “Depois, mês a mês serão mais R$ 120 mil, até alcançar os R$ 3,5 milhões.”
Em dezembro de 2024 a tendência, segundo Jairo Jorge, é que Canoas deixe de arrecadar algo próximo dos R$ 42 milhões. “Se isso não significar o fechamento do HU, vai fazer com que o hospital reduza drasticamente de tamanho.” Atualmente são 546 leitos e mais de 300 médicos atendendo na casa de saúde. “Além de cerca de 640 estudantes de medicina ou enfermagem. É o maior hospital do Estado fora de Porto Alegre.”
HPSC é modelo
E de acordo com o prefeito, não será apenas o HU que perderá recursos financeiros. “O Hospital de Pronto Socorro (HPSC) também vai ser prejudicado com o programa Assistir.” Jairo explica que atualmente o HPSC recebe R$ 42 milhões do Estado. “Serão reduzidos R$ 21 milhões. O hospital que recebe pacientes do Vale do Sinos, Vale do Caí, do Taquari, do Gravataí passará a receber apenas R$ 21 milhões do governo. De onde vamos tirar dinheiro?”
Já no HU, a perda de R$ 21 milhões vai significar um repasse anual de R$ 32 milhões. “Somente este ano, até agosto, recebemos R$ 35, 9 milhões da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Como vamos manter o HU com menos que isso no ano?”, questiona o prefeito.
Ao todo, entre os meses de janeiro e agosto, além dos repasses estaduais, a saúde de Canoas contou com R$39 milhões oriundos do Governo Federal, enquanto R$ 36,8 milhões foram utilizados de recursos próprios da Secretaria da Saúde (SMS).
Melhorar produção
Referência para 30% do Estado, Jairo Jorge diz que entende a necessidade de ampliar os recursos para outros municípios, no entanto, que precisa existir outro método. “Eu inclusive concordo com a secretária Arita [titular da SES] quando ela diz que precisamos melhorar nossa produção, principalmente no HU. Mas, como vamos solucionar os problemas com menos dinheiro?.”
O prefeito então pede um “voto de confiança” para que a ampliação dos serviços e melhorias na produção sejam efetivadas no HU. “É algo que eu também cobro. E reitero, não sou contra exigir resultados. Sou contra o método utilizado pelo Estado.” Jairo afirmou que espera uma revisão no programa. “Acreditamos no diálogo. Foi combinada a formação de uma comissão, ela foi criada e deve se reunir em breve.”
E apesar das questões no HU, Jairo elogiou o trabalho feito no HPSC. “Como se tira dinheiro de lá? Estão fazendo um excelente trabalho, muito organizado”, complementa o prefeito.
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