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POLÍTICAS PÚBLICAS

Indígenas lutam por respeito e por seus direitos como cidadãos

Uma das reivindicações da comunidade de São Leopoldo, onde vivem 315 pessoas, é uma escola

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Publicado em: 08/08/2023 às 07h:26 Última atualização: 18/10/2023 às 16h:04
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Nesta segunda-feira (7), o IBGE divulgou dados do Censo Demográfico 2022 relacionados à população indígena no Brasil. Segundo os números apresentados, há hoje no País 1.693.535 pessoas que se declaram dessa etnia, distribuídas por 4.832 municípios. O Rio Grande do Sul possui 36.096 indígenas. Eles estão divididos em 364 municípios, como São Leopoldo, onde há uma reserva localizada na Estrada do Quilombo, na Feitoria.

A reserva hoje tem uma população de 315 habitantes, distribuídos em 85 famílias



A reserva hoje tem uma população de 315 habitantes, distribuídos em 85 famílias

Foto: Especial GES

Na Reserva Indígena Por Fi Ga, que fica uns 15 minutos de carro do Centro da cidade, vivem 315 pessoas distribuídas em 85 famílias. Todas são integrantes da comunidade caingangue e estão naquele endereço desde 2007, após anos de moradia próximo à Rodoviária de São Leopoldo.

O vice-cacique José Vergueiro explica que os caingangues já estavam em São Leopoldo bem antes dos colonizadores chegarem, porém com o tempo foram “empurrados” para a região Alto Uruguai. “Em 1989, alguns de nós retornaram a São Leopoldo e ao longo dos anos estivemos em outros endereços até que em 2016 viemos para cá”, afirma.

Artesãos

Na reserva, a principal atividade econômica é a produção de artesanato que depois é comercializado em diferentes espaços de São Leopoldo e de outros municípios da região metropolitana e do Vale do Sinos.

Atualmente, 95% da fonte de renda dos moradores vêm do artesanato e, entre os itens que são produzidos estão cestos, colares, anéis e outros enfeites. Segundo Vergueiro, há a intenção de produzir alimentos na reserva, mas para isso seria necessário maior incentivo do poder público.

Dentro da reserva, além das moradias, também há um espaço de saúde organizado pela técnica em enfermagem Sueli Tomas e pela agente de saúde Cleusa Lopes. “Aqui, todos recebem atendimento de baixa complexidade e tratamentos preventivos”, dizem as profissionais que também são parte da comunidade. Por sinal, Vergueiro informa que o espaço de saúde será ampliado em breve.

Falta escola

Outro espaço é o centro cultural, onde são realizadas atividades diversas, principalmente aulas com as crianças até o 5º ano do ensino fundamental. Para se ter uma ideia, na reserva há aproximadamente 100 crianças de zero a 12 anos. “Não é uma escola com os recursos necessários para um bom aprendizado, pois não oferece as melhores condições para estudar. Há pelo menos 12 anos estamos reivindicando à prefeitura e ao governo do Estado uma escola com estrutura para nossas crianças, mas não tivemos resposta positiva”, diz Vergueiro.

Ele informa que em setembro devem chegar contêineres para realização de aulas, vindos do governo estadual. “Porém isso é muito pouco. Precisamos de uma escola de verdade.” No centro cultural as crianças aprendem, além do Português, o idioma caingangue e a preocupação das lideranças é que se elas tiverem que ir para as escolas do bairro acabarão por perder essa característica identitária.

"É uma luta diária contra o preconceito aos indígenas"

Nesta segunda-feira (7), o IBGE divulgou dados do Censo Demográfico 2022 relacionados à população indígena no Brasil. Segundo os números apresentados, há hoje no País 1.693.535 pessoas que se declaram dessa etnia, distribuídas por 4.832 municípios. O Rio Grande do Sul possui 36.096 indígenas. Eles estão divididos em 364 municípios, como São Leopoldo, onde há uma reserva localizada na Estrada do Quilombo, na Feitoria.

A reserva hoje tem uma população de 315 habitantes, distribuídos em 85 famílias



A reserva hoje tem uma população de 315 habitantes, distribuídos em 85 famílias

Foto: Especial GES

Na Reserva Indígena Por Fi Ga, que fica uns 15 minutos de carro do Centro da cidade, vivem 315 pessoas distribuídas em 85 famílias. Todas são integrantes da comunidade caingangue e estão naquele endereço desde 2007, após anos de moradia próximo à Rodoviária de São Leopoldo.

O vice-cacique José Vergueiro explica que os caingangues já estavam em São Leopoldo bem antes dos colonizadores chegarem, porém com o tempo foram “empurrados” para a região Alto Uruguai. “Em 1989, alguns de nós retornaram a São Leopoldo e ao longo dos anos estivemos em outros endereços até que em 2016 viemos para cá”, afirma.

Artesãos

Na reserva, a principal atividade econômica é a produção de artesanato que depois é comercializado em diferentes espaços de São Leopoldo e de outros municípios da região metropolitana e do Vale do Sinos.

Atualmente, 95% da fonte de renda dos moradores vêm do artesanato e, entre os itens que são produzidos estão cestos, colares, anéis e outros enfeites. Segundo Vergueiro, há a intenção de produzir alimentos na reserva, mas para isso seria necessário maior incentivo do poder público.

Dentro da reserva, além das moradias, também há um espaço de saúde organizado pela técnica em enfermagem Sueli Tomas e pela agente de saúde Cleusa Lopes. “Aqui, todos recebem atendimento de baixa complexidade e tratamentos preventivos”, dizem as profissionais que também são parte da comunidade. Por sinal, Vergueiro informa que o espaço de saúde será ampliado em breve.

Falta escola

Outro espaço é o centro cultural, onde são realizadas atividades diversas, principalmente aulas com as crianças até o 5º ano do ensino fundamental. Para se ter uma ideia, na reserva há aproximadamente 100 crianças de zero a 12 anos. “Não é uma escola com os recursos necessários para um bom aprendizado, pois não oferece as melhores condições para estudar. Há pelo menos 12 anos estamos reivindicando à prefeitura e ao governo do Estado uma escola com estrutura para nossas crianças, mas não tivemos resposta positiva”, diz Vergueiro.

Ele informa que em setembro devem chegar contêineres para realização de aulas, vindos do governo estadual. “Porém isso é muito pouco. Precisamos de uma escola de verdade.” No centro cultural as crianças aprendem, além do Português, o idioma caingangue e a preocupação das lideranças é que se elas tiverem que ir para as escolas do bairro acabarão por perder essa característica identitária.

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