O Brasil está envelhecendo e, em um cenário com famílias menores que antigamente, vem a questão do melhor atendimento aos idosos: ficar em casa sozinhos, ir para a casa de filho ou neto ou ir para uma instituição de longa permanência (ILPI)? A realidade muda de família para família, mas alguns pontos precisam ser levados em conta na hora da decisão.
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Nos últimos dias, ao menos dois casos envolvendo o atendimento a idosos chamaram atenção na região. Em Montenegro, um idoso de 75 anos foi abandonado em frente à casa de um dos filhos. Em Taquara, uma clínica clandestina mantinha uma funcionária e nove idosos em condições subumanas, sem comida e água e em meio a porcos e galinhas.
São muitas as perguntas na hora de decidir encaminhar um idoso para uma instituição de longa permanência. Como escolher? O que precisa ser observado? Que tipo de serviço o local deve ofertar? Quem fiscaliza? O Grupo Sinos recorreu a fontes oficiais para reunir algumas informações sobre o assunto. Importante frisar que estes locais são regulados pela Anvisa e pelos serviços municipais de Vigilância Sanitária.
As ILPIs são instituições públicas ou privadas, de caráter residencial, destinadas ao domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar e em condições de liberdade, dignidade e cidadania. As normas de funcionamento são estabelecidas por resolução de 2021. Clique aqui para conferir.
As clínicas e residências geriátricas também são contempladas na resolução 502/2021. No entanto, essas instiuições fornecem cuidados médicos, que são atividades enquadradas como serviço de saúde. Por isso, também devem atender a uma série de normas específicas. A resolução 63/2011 trata dos requisitos de boas práticas de funcionamento.
O que os familiares devem observar?
Um primeiro passo é definir que tipo de instituição deve ser contratada. ILPIs e clínicas geriátricas são coisas diferentes. O idoso que precisa de cuidados médicos constantes, medicação e assistência à saúde deve ser levado a uma clínica geriátrica.
Instituições de longa permanência são destinadas ao acolhimento de idosos saudáveis, com autonomia, que eventualmente precisam de ajuda para se alimentar ou tomar banho, por exemplo, mas que não necessitam de cuidados médicos constantes.
Fique de olho na regularização
O segundo aspecto a ser observado é se a instituição tem cadastro e licença de funcionamento na Vigilância Sanitária do município. Também é importante garantir a celebração de um contrato entre o idoso ou sua família e a instituição. Esse contrato deve ter todas as informações sobre o serviço a ser prestado.
Estrutura oferecida é ponto fundamental
Quanto à parte física, é importante verificar se o local é seguro para evitar quedas, por exemplo. Tapetes não são indicados e corrimãos devem estar presentes nos corredores e mesmo nas áreas externas, pois trazem mais segurança para os residentes.
As barras de proteção nos banheiros são essenciais, tendo em vista o risco de queda nesses locais. Dê preferência a instituições que não tenham escadas mas, se elas existirem, certifique-se de que são protegidas. Janelas e varandas do andar superior precisam ter rede de proteção.
Alguns sinais físicos podem indicar se o local tem uma manutenção adequada. Observe a se as paredes têm mofo, se há odores fortes nos ambientes e se as roupas de cama estão limpas e são trocadas com frequência.
Alimentação
O cuidado com a alimentação também é fundamental para que os idosos tenham um atendimento adequado. Por isso é importante que a instituição ofereça o acompanhamento de um nutricionista. A norma exige que as casas de repouso para idosos tenham pelos menos seis refeições diárias.
Qualquer instituição de longa permanência para idosos deve ter um responsável técnico com nível superior. Como esses locais não são serviços de saúde, não é obrigatório que o responsável seja médico ou enfermeiro.
Como funcionam as visitas?
O idoso pode e deve levar seus pertences, seja para a instituição de longa permanência, seja para uma clínica. Pergunte sobre os horários de visitação, que devem ser livres. Desconfie se há muita restrição de horários. Sempre que for visitar alguém, avalie e fique de olho no local e no atendimento prestado.
Cuidadores
O número de cuidadores varia conforme o tipo de instiuição e o grau de autonomia dos idosos. Certifique-se de que não há uma ou duas pessoas para tomar conta de um grupo muito grande de idosos, isso pode ser sinal de cuidado inadequado.
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