INVESTIGAÇÃO

Hospital de Parobé afasta obstetra após morte de mulher que teve gaze esquecida dentro do corpo

Afastamento de profissional das atividades no Hospital São Francisco de Assis ocorreu a partir da sindicância instaurada pela casa de saúde

Publicado em: 25/08/2023 12:19
Última atualização: 17/10/2023 19:45

O hospital de Parobé afastou a pessoa responsável pelo parto de Mariane Rosa da Silva Aita, mulher de 39 anos que morreu dois meses após passar por uma cesariana no Hospital São Francisco de Assis. A Associação Beneficente de Parobé não revelou à reportagem a identidade do profissional afastado na quinta-feira (24).

Hospital São Francisco de Assis de Parobé Foto: Arquivo

A casa de saúde instaurou uma sindicância interna para apurar os fatos, que também são investigados pela Polícia Civil. "Posteriormente serão tomadas as medidas cabíveis", diz em nota. 

Segundo o hospital, há seis obstetras na instituição e haverá reposição devido ao afastamento. Parobé é referência na realização de partos para Taquara, Três Coroas, Rolante e Riozinho.

Diretoria segue a mesma após prefeito pedir troca imediata

O prefeito de Parobé, Diego Picucha, se reuniu na manhã de quinta-feira (24) com o diretor do Hospital São Francisco de Assis, João Schmitt, para pedir a troca imediata do responsável técnico e de toda direção técnica da casa de saúde. O pedido ocorreu um dia depois da morte de Mariane.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Picucha falou que, mesmo que a prefeitura não seja responsável pela administração do hospital, ele tem "a obrigação e a responsabilidade de cobrar todas as instituições do município, ainda mais no que se refere a saúde".

"Visto o recente óbito de uma mãe, somado a diversos fatos que tem ocorrido no hospital, cobramos e impomos a troca da responsabilização técnica do nosso hospital, que será feita imediatamente. Não podemos admitir que um trabalho de excelência feito pelo hospital e por uma equipe comprometida, reconhecido em várias áreas, seja manchado por alguns tristes fatos isolados, que além disso acarretam em perdas de vidas", expôs.

Mesmo após o pedido do prefeito, não houve mais afastamentos além da pessoa responsável pelo parto de Mariane. Hoje, o hospital disse que iniciou a sindicância na quinta-feira e "nenhuma ação será tomada até as conclusões".

Polícia investiga a morte

Parentes afirmam que, em um exame de ultrassom, foi constatado um corpo estranho apontado como gaze na parte de baixo esquerda do abdômen dela.


Mariane Rosa da Silva Aita Foto: Arquivo pessoal

O corpo de Mariane foi para necropsia ainda na quinta, após o velório, e foi liberado na manhã desta sexta-feira (25). Segundo a família, o sepultamento aconteceu por volta das 10h40 no Cemitério Municipal de Novo Hamburgo. O velório começou às 7 horas de quinta-feira (24) e foi encerrado às 16 horas para que o corpo fosse encaminhado para o Instituto-Geral de Perícias (IGP) por solicitação da Polícia Civil.

A morte de Mariane foi registrada pela famílica na Polícia Civil. De acordo com o delegado Francisco Leitão, titular da Delegacia de Parobé, é investigado se ocorreu um "erro médico", caso seja confirmado, os responsáveis podem ser indiciados por homicídio culposo. "Sobre a investigação e instrução do inquérito policial, vamos realizar as oitivas."

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