EM ELEVAÇÃO

Guaíba tem terceira maior cheia desde 1941; cota supera pico do último Super El Niño

Nível do lago subiu 29 centímetros entre a noite de quarta e a manhã de quinta-feira

Publicado em: 14/09/2023 09:42
Última atualização: 17/10/2023 21:34

Além do volume intenso de chuva que atingiu o Rio Grande do Sul entre terça (12) e quarta (13), o vento forte do fim do dia e da madrugada desta quinta-feira (14) influenciou para a elevação do nível do Guaíba em Porto Alegre.


Videomonitoramento do CEIC-POA acompanha o nível do Guaíba no bairro Ipanema, na Zona Sul Foto: Redes sociais/CEIC-POA

Conforme a MetSul Meteorologia, nesta manhã, o lago atinge uma das maiores cotas desde a enchente que ocorreu há 82 anos, em 1941. Os números também já superam o Super El Niño que ocorreu entre 2015 e 2016, quando o Guaíba passou por uma série de cheias de grande porte.

A cota de cheia do lago é 1,80m e, às 8h30, marcava 2,69m na medição do Cais Mauá, junto ao Centro da capital gaúcha. Para se ter uma ideia, subiu 29 centímetros desde as 21 horas do dia anterior, quando estava em 2,40m. A tendência é de que o lago continua subindo rápido e atinja o maior nível desde a grande cheia de outubro de 2015, quando a cota quase encostou nos 3 metros. Naquele ano, segundo os meteorologistas, a água atingiu o cais.

Apesar da chuva volumosa que caiu na grande Porto Alegre, o principal fator para a elevação do Guaíba foi o vento. Fortes rajadas do quadrante sul na Lagoa dos Patos, geradas pelo ciclone extratropical que se formou no Oceano Atlântico, acabaram gerando um efeito esperado de represamento com consequente alta do nível do lago.

Segundo a MetSul, as rajadas ficaram entre 70km/h e 80km/h sobre a Lagoa e passaram dos 60km/h em Porto Alegre. No momento, não há risco iminente de transbordamento no Centro da cidade, onde a cota de extravasamento no cais é de 3 metros e na Avenida Mauá de 3,20m, mas o cenário é de extrema atenção.

Efeito cascata

Com um patamar tão alto, o Guaíba acaba afetando cidades próximas à capital. Represa o Sinos e traz inundações em Canoas. Igualmente gera o represamento do Gravataí e agrava o risco de inundações entre Cachoeirinha e Gravataí.

O represamento do Gravataí pelo Guaíba eleva o nível do Gravataí com represamento do Arroio Feijó na zona norte da cidade e em Alvorada.

Veja imagem do lago nesta manhã

 

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