CONTRATAÇÃO EMERGENCIAL

Governo do RS vai contratar 9 mil professores e servidores temporários para escolas

Profissionais vão atuar na regência de classe ou na educação especial e atendimento educacional especializado. Em São Leopoldo, direção da Escola Estadual Dr. Caldre Fião relata falta de educadores

Publicado em: 28/08/2023 18:56
Última atualização: 17/10/2023 19:59

O governo do Estado vai contratar cerca de 5 mil professores temporários para o Rio Grande do Sul. Os profissionais vão atuar na regência de classe ou na educação especial e atendimento educacional especializado (AEE). Além de professores, o projeto prevê a contratação de supervisores, orientadores e agentes educacionais, totalizando 9 mil temporários.

Escola Estadual Dr. Caldre Fião, em São Leopoldo Foto: Reprodução/Google Maps
Na região de cobertura da 2ª Coordenadoria Regional (CRE), que abrange o Vale do Sinos, Vale do Paranhana e Vale do Caí, os municípios de São Leopoldo e Montenegro são os com mais carência de professores. Já Novo Hamburgo é uma das cidades onde não há falta desses profissionais. "A falta se dá por vários motivos, alguns profissionais passam em concursos municipais e acabam saindo do Estado", diz a coordenadora Regional de Educação da 2ª CRE, Ileane Bravo.

Este é o motivo, por exemplo, da falta de professor de língua portuguesa na Escola Estadual Dr. Caldre Fião, em São Leopoldo. "Estamos há dois meses sem professor de português no turno da manhã, ele assumiu concurso municipal. E à noite não temos educação física. Os alunos ficam desassistidos porque não temos quem possa dar as aulas", explica a supervisora da escola, Kanye Adriana Vaz.

A supervisora destaca, ainda, que nos períodos em que teriam as aulas, os alunos acabam ficando sem atividade na escola. "Eles ficam jogando. Não tem como professor de outra matéria dar as aulas, sem contar que os profissionais têm uma carga horária para cumprir", salienta Kanye.

Assim que chegarem os professores que estão faltando, eles seguirão um cronograma para colocar em dia os meses sem aulas. "Nos preocupamos, pois temos alunos do sexto ao nono ano sem português e já estamos indo para o terceiro trimestre do ano. Eu ligo todos os dias para a 2ª CRE pedindo professor", reforça a supervisora da Dr. Caldre Fião.

Contrato terá validade de 5 anos

Segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), os contratos terão validade de cinco anos, podendo ser rescindidos a qualquer momento. Além de atender às condições necessárias (ter mais de 18 anos e qualificação adequada, entre outros requisitos), haverá processo seletivo simplificado para o ingresso.

A secretária da Educação do Estado, Raquel Teixeira, acompanhou pessoalmente a votação, realizada no Memorial da Assembleia, no dia 22 de agosto. Segundo ela, a aprovação do projeto garante o atendimento às atividades de docência, orientação, supervisão e de apoio escolar.

"A partir da aprovação, teremos professores em sala de aula em todas as escolas da rede, que tinham falta de profissionais devido ao alto número de afastamentos legais e de vacâncias", explica.

A pasta explica que, após a aprovação na Assembleia, o projeto segue para sanção no governo do Estado. "Assim que sancionado, vamos prosseguir com os trâmites do processo seletivo. No momento, não temos previsão de quando as inscrições estarão disponíveis, mas estamos em processos finais e acreditamos que em breve teremos novidades quanto a isso", diz a Seduc.

O projeto aprovado também traz a previsão de estender, por mais cinco anos, contratações em andamento cuja prorrogação foi autorizada pela Lei Estadual 15.579/2020, que inclui 25 mil contratos de professores, 600 orientadores, 450 supervisores, 9.820 servidores de escola e 150 técnicos agrícolas.

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