O furto de uma carga importada da General Motors (GM) no Porto Seco de Novo Hamburgo, revelado nesta segunda-feira (18) pela reportagem, será investigado pela Polícia Federal (PF). O motivo, segundo a titular da 2ª Delegacia de Polícia da cidade, Marina Goltz, é porque o material estava em área aduaneira.
“A gente fez o encaminhamento do boletim de ocorrência para a Polícia Federal porque, em contato com a administração da Multi Armazéns, foi informado que a carga estava sob responsabilidade da Receita Federal”, explica a delegada. Ela recebeu o registro nesta terça (19) e tomou a decisão na mesma tarde.
A Multi Armazéns, concessionária do Porto Seco, levou o caso ao plantão da Central de Polícia de Novo Hamburgo no último dia 15. O crime, que aconteceu há mais de quatro meses, só teria sido constatado na semana passada. A PF não disse, nesta quinta-feira (21), se iniciou a investigação. Ela tem pelo menos cinco suspeitos, funcionários públicos e diferentes empresas para ouvir.
Escapamento
A GM deu falta de quatro de 48 conjuntos importados, cada um com 32 catalisadores, comprados no exterior para a fábrica de Gravataí. As 128 peças desviadas, conforme a montadora, valem R$ 128 mil. Elas fazem parte do sistema de escapamento de automóveis.
A própria Receita Federal confirmou, por pesagem e scanner do contêiner, que a carga chegou ao Porto Seco, uma área alfandegária de 120 mil metros quadrados no bairro Santo Afonso vinculada ao Ministério dos Portos e Aeroportos.
Cinco operadores de uma rede obscura
Três funcionários da Multi Armazéns foram flagrados por câmeras ao retirar o material de um contêiner e levá-lo para um pavilhão, na noite de 10 de maio. São dois moradores de Novo Hamburgo e um de Sapiranga.
No dia seguinte, a carga desviada foi colocada em uma carreta Scania de grande porte, camuflada em meio a outras mercadorias, e levada para destino ignorado. Apesar de pertencer a uma transportadora do interior paulista, o caminhão faz rotas para vários estados. O motorista é de São Leopoldo.
Há ainda suspeita sobre um ex-funcionário do Porto Seco, que mora nas proximidades. Os cinco operadores diretos do furto estariam subordinados a uma rede organizada ainda obscura.
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