Uma operação da Polícia Civil prendeu cinco pessoas em Novo Hamburgo entre quinta e sexta-feira (18). Segundo o delegado Ayrton Figueiredo Martins, os presos eram integrantes de uma organização criminosa que extorquia donos de estabelecimentos comerciais do Vale do Sinos.
Quatro prisões foram em cumprimento de mandados de prisão preventiva e uma em flagrante por tráfico de drogas.
Chefe de facção que se escondia em bunker foi preso
Em julho deste ano, a Polícia descobriu um sítio de alto padrão no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo, que era usado como fortaleza por um chefe de facção que comanda o tráfico em várias regiões do Estado. No sofisticado imóvel, havia um bunker para proteger o criminoso, que estava em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
No mês passado, ele conseguiu fugir antes da chegada dos policiais. Na manhã desta sexta-feira, o criminoso foi preso na residência do bairro Lomba Grande.
O acesso ao bunker era pelo quarto da uma filha pequena do criminoso. Depois de vistoriar o dormitório da criança, os agentes encontraram a passagem subterrânea debaixo de um tapete ao lado da cama da menina.
Um bunker foi encontrado em um sítio de alto padrão em Lomba Grande, Novo Hamburgo, durante operação policial nesta segunda-feira (3). O espaço servia para proteger um líder da facção da região, que estava em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
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— Jornal NH (@jornalnh) July 4, 2023
Extorsões de até R$ 1,5 mil
Conforme a investigação, os criminosos cobravam entre R$ 1.000 a R$ 1.500 por estabelecimento. Os valores tinham que ser pagos semanalmente pelos comerciantes. Quando não pagavam, as vítimas sofriam ameaças.
Segundo a Polícia, cada semana, um dos dois líderes recebia todos os valores arrecadados nas extorsões. O principal gerente do esquema e seus dois subordinados, realizavam as ameaças e recolhiam o dinheiro das vítimas.
Além das prisões, foram apreendidos quatro veículos, R$ 17,8 mil em espécie, armas, drogas, celulares, relógios e joias durante o cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão e de sequestro/bloqueio de valores de R$ 3.918.603,71.
Os crimes teriam começado em meados de dezembro de 2021 e janeiro de 2022, quando a quadrilha cobrava valores menores dos empresários, que variavam entre R$ 300 e R$500.
Em abril de 2022, a Polícia descobriu que a facção Os Manos estava por trás dos crimes.
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