ACIDENTE DE TRÂNSITO
"Foi uma sensação de justiça", fala filha de turista sobre prisão de homem suspeito de causar acidente na RS-115
Segundo a Polícia Civil, homem de 30 anos dirigia embriagado pela contramão quando a colisão aconteceu em Três Coroas; Rosana Emilia Rodrigues Motta segue internada na UTI
Última atualização: 17/10/2023 17:35
A filha da turista que ficou gravemente ferida após acidente na RS-115, em Três Coroas, começou uma mobilização por justiça nas redes sociais ainda na viagem de São Paulo à Porto Alegre depois de saber da colisão que fez a sua mãe parar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas. Jaqueline Rodrigues, de 29 anos, veio para o Rio Grande do Sul assim que soube do acidente, apenas com a roupa que estava no corpo. Enquanto a mãe luta pela vida, ela busca por justiça.
O suspeito de colidir um Honda Civic no veículo Fiat Cronos que transportava Rosana Emilia Rodrigues Motta, de 59 anos, o marido dela, 57, e o filho adolescente, 17, foi preso na manhã desta segunda-feira (31). Segundo o delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari, responsável pelas investigações, Diego Cardoso Souza de Oliveira, 30, se apresentou na Delegacia da Polícia Civil de Três Coroas. “Ele é morador de Igrejinha. Mas estava fora da cidade na casa de parentes em Santa Cruz do Sul. Tratamos com o advogado dele a rendição e ajustamos a captura dele”, detalha.
A filha mais velha do casal envolvido no acidente que aconteceu no domingo passado (23), conta que soube da prisão “em primeira mão”. Ela acompanhava o pai, o empresário Wanderley Roberto Motta, que foi prestar depoimento na delegacia na manhã desta segunda e o delegado os informou sobre a prisão do suspeito. “Inclusive ele estava lá, porém não chegamos a ver”, comenta. “Foi uma sensação de justiça”, acrescenta.
Segundo as investigações, Oliveira estava dirigindo embriagado no momento do acidente. Na ocasião, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. No entanto, a Polícia Civil teve acesso às imagens das câmeras do estabelecimento onde ele estaria consumindo bebidas alcoólicas antes da colisão acontecer. A Polícia Civil, também teve acesso à comanda do suspeito e interrogou um atendente do bar. Com isso, conseguiram provas de que Diego consumiu doses de vodka com energético.
Outra testemunha disse à Polícia, que devido ao estado alterado por conta do consumo de bebidas alcoólicas, um homem que acompanhava Diego teria se oferecido para dirigir o Honda Civic, mas a proposta foi recusada pelo suspeito, que deixou o estabelecimento dirigindo o automóvel.
Imagens de câmera de videomonitoramento da via pública, mostram o veículo conduzido pelo suspeito trafegando pela RS-115 no sentido Três Coroas a Igrejinha pela contramão. Na sequência, aparece a colisão contra o veículo da família que pretendia passar férias em Gramado e trafegava no sentido oposto. Wanderley, o filho e o motorista do veículo de translado da viagem tiveram ferimentos leves, assim como Oliveira e um passageiro que estava no Honda Civic com ele.
Rosane ficou gravemente ferida, pois teve lesões no crânio, com perda de massa encefálica. A mulher permanece internada na UTI do HPS de Canoas. De acordo com a família, a equipe médica iniciou o processo de retirada dos sedativos e espera por reações cerebrais. Ela continua em estado de coma. "Nem ele [Oliveira], nem advogado, nem ninguém dele tentou contato com a gente", diz a filha quando questionada sobre prestação de ajuda.
De acordo com Jaqueline, embora a prisão preventiva tenha acontecido, a luta por justiça não terminou. “O próximo passo é continuar pressionando as autoridades e a mídia até o julgamento dele”, afirma. Ela agradece as pessoas que seguiram o perfil no Instagram Justiça Rosana Emília pelas mensagens de apoio e também ajuda à família que está acompanhando Rosane em Canoas.
"Todos absurdamente acolhedores com a gente. Muitas mensagem de apoio e orações", finaliza.
O que diz a defesa
Em nota, a defesa de Diego que é representada pelo advogado Fábio Fischer, disse que o suspeito se apresentou espontaneamente à Polícia assim que soube que teve o pedido de prisão preventiva decretado. O defensor ainda disse que o seu cliente está colaborando com a investigação e o Poder Judiciário.
O documento também diz que a defesa aguarda a conclusão do inquérito policial para poder "analisar todas as provas coletadas e tomar as medidas necessárias na condução do processo". Por fim, reiteraram "solidariedade aos envolvidos".