Profissional da construção civil requisitado na região, o pintor Ederson Luis de Paula, o Eder, 39 anos, foi morto a pauladas na cabeça na noite de sexta-feira (29) em São Sebastião do Caí. Era filho do ex-vereador da cidade Paulo Luiz de Paula, já falecido, e da empresária Neusa Gegler, ex-secretária de Desenvolvimento Social, Econômico e Turismo de São José do Hortêncio. A principal linha de investigação é de crime passional.
Eder morava com o avô materno na Avenida Bruno Cassel, perto do Parque Centenário. Foi encontrado inconsciente no quarto por um tio por volta das 21 horas de sexta.
“Meu pai foi à casa da minha irmã na terça, em Porto Alegre, e estava passando uns dias lá. Meu irmão, que mora perto e tem o hábito de ir todos os dias do pai, estranhou que o Eder não tinha aparecido naquele dia. Me ligou e perguntou sobre ele. Eu tinha falado pela última vez com meu filho na quarta à noite”, relata Neusa.
Corpo atrás da porta
O irmão dela, Moacir Gegler, foi ver. “Bateu à porta do quarto do Eder. Como não teve resposta, tentou abrir e percebeu que algo trancava a porta. Era o corpo do meu filho.”
O tio chamou uma ambulância, que levou a vítima ao Hospital Sagrada Família, e ligou para Neusa. Moradora de Hortêncio, ela chegou em seguida e foi falar com o médico. “Ele disse que meu filho estava em coma e seria entubado. Em seguida faleceu.”
A morte ocorreu meia hora após o socorro. “A agressão foi tão violenta que a gente teve que fazer o velório com caixão fechado”, comenta a mãe. O enterro aconteceu na manhã de domingo no Cemitério Municipal de São Sebastião do Caí.
Mãe procurou a Justiça para internar o pintor
No início do ano, a mãe ingressou com ação judicial de internação compulsória de Eder. “Nunca desisti do meu filho. É uma situação de saúde pública que necessita de apoio familiar. Muitas pessoas conseguem se recuperar. No caso do Eder, acabou recaindo. Não foi o primeiro tratamento dele.”
A ordem judicial de internação saiu em 31 de janeiro. Em fevereiro e março, o pintor ficou em tratamento. “Teve aquela parada, o que sempre é um recomeço diante do crescente consumo, apesar de ter recaído depois.”
Ela frisa que, mesmo assim, Eder não deixava de trabalhar. “Era um ótimo profissional, muito caprichoso e requisitado. Nunca foi negligente. Como era autônomo, deixava de ir quando não estava bem. Tinha o apoio de patrões e parceiros de obras, que gostavam de contar com o trabalho dele.”
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