O homem acusado de matar Gabriele Wilbert foi condenado à 15 anos de prisão pelo Tribunal do Júri em Sapiranga. Após mais de 11 horas de julgamento, a condenação foi por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio) e ocultação de cadáver. “Decepcionada, foi pouco tempo”, desabafa Leopoldina Teresa Wilbert, 51, mãe da vítima.
Segundo a dona de casa, a frustração com o desfecho do crime que aconteceu em 2020 desapontou toda a família. “Desacreditados da Justiça, não tem cabimento”, comenta. Dona Leopoldina acompanhou todo o julgamento que aconteceu na quarta-feira (2) e para ela havia muitas evidências por parte da acusação e por isso a expectativa dela era de uma pena maior.
A mãe da jovem conta que em depoimento o réu disse que eles estavam juntos entre dois e quatro meses. “Não era uma relação continuada, pelo que eu sei eles ficaram só”, lembra Leopoldina, que afirma que a filha nunca falou sobre o envolvimento amoroso com o acusado. “A gente não sabia nada sobre ele”, acrescenta.
Sobre o encontro com o assassino da filha no julgamento, Leopoldina afirma que “o pior foi ouvir ele falando coisas que a gente sabe que não é verdade”. Ela conta que uma testemunha da defesa dele disse ao júri que ele tinha intenção de casar com Gabriele, mas que o próprio réu teria admitido que “eram apenas ficantes” e “justificado que não teria motivo para matá-la por ciúmes, que foi acidental”.
O discurso do condenado pelo assassinato da filha gerou revolta. “O pior é isso, é ouvir mentiras, coisas que não tem lógica e como ser verdade”, desabafa.
Antes de desaparecer, a dona de casa recorda que a filha, que tinha 23 anos, trabalhou pela manhã e que almoçaram juntas naquela sexta-feira. “Ela morava perto da minha casa [em Araricá] e frequentava bastante. Por causa da pandemia trabalhava meio turno, pela manhã. A empresa dela dividiu os turnos por causa do acúmulo de pessoas no mesmo ambiente. Ela saiu do trabalho, almoçou aqui e quando fui para o trabalho, ela foi para a casa dela”, relata Leopoldina.
A última vez que conversaram foi no começo da noite de 8 de maio de 2020. “Eu falei com ela às 19 horas e pouco. Ela estava em casa porque como estava estudando on-line, ai tinha que estar no computador [para assistir a aula] que começava por volta das 19h30 e terminava pelas 22 horas”, lembra.
A jovem que cursava educação física na Universidade Feevale era descrita como independente. Cerca de quatro anos antes do crime foi morar sozinha. “Era uma relação muito boa, super tranquila. Tanto que ela vinha seguido almoçar com a gente. Ela trabalhava, tinha a casinha dela e tudo. Era independente, mas estava direto aqui e ajudava nós em finais de semana, temos campo de futebol”, detalha sobre a sua relação com Gabriele. “Estava sempre junto. Saía junto”, completa.
O homem foi preso dias após ao sumiço de Gabriele. Na época, ele confessou ter matado a jovem e revelou onde escondeu o corpo dela, que foi encontrado na madrugada de 16 de maio, uma semana após o desaparecimento. Estava enterrado em uma cova rasa, em um matagal, na Prainha Dourada, em Sapiranga. Ela foi morta com um disparo de arma de fogo na cabeça.
“Muito triste. Terrível, só quem passa para saber”, comenta sobre a decisão do júri e a pena aplicada pela Justiça.
LEIA TAMBÉM