Começou nesta terça-feira (22) e vai até quinta, em Porto Alegre, a Expoagas 2023. São 488 expositores de todo o País apresentando produtos e serviços para empresas do setor supermercadista do Rio Grande do Sul. A expectativa é movimentar R$ 640 milhões em negócios.
A abertura foi no Teatro do Sesi, que estava lotado. O presidente da Associação Gaúcha dos Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, disse que “a Expoagas não é somente antecipar tendências e alavancar negócios que fazem a economia girar, é palco de questionamentos para termos um setor cada vez mais responsável e sustentável para que todos tenhamos um mundo melhor”.
Antônio Cesa Longo criticou a forma como está sendo conduzida a reforma tributária. “Toda a reforma tem que ter o objetivo de simplificar. Infelizmente o que estamos vendo é que cada setor vai no seu governante e pede uma regulamentação ou um benefício diferente. Uns continuarão pagando mais do que os outros”, analisa. O presidente da Agas ainda lembrou que “o Brasil está no ranking mundial das maiores cargas tributárias e a que menos retorna pelo valor que os brasileiros pagam”.
O governador Eduardo Leite ressaltou a importância da Expoagas para a economia gaúcha. Sobre a reforma tributária, Leite disse que é muito importante, mas que deve ser simples. “A insegurança e a incerteza são o grande problema. Somos empreendedores e uma reforma tributária é fundamental, mas é preciso que seja simples”.
Leite fez críticas ao governo federal e classificou como “inadmissível a volta do imposto sindical”. Ele ainda abordou a importância das privatizações no Estado. “Realizamos um amplo programa de privatizações de cinco empresas, onde o RS arrecadou mais de R$ 8 bilhões que já estão retornando em serviços para a população”, enfatizou.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, destacou a importância do setor supermercadista e disse que o Executivo municipal será parceiro caso a Fiergs tenha interesse em ampliar o espaço do Centro de Eventos para a realização da próxima Expoagas.
O presidente da Fiergs, Gilberto Petry, ressaltou a importância do consumidor. “Sem ele não adianta nada a indústria produzir”. Petry também afirmou que na reforma tributária “todos têm medo do que vão perder” e que o RS transfere R$ 10 bilhões ao ano para a União e recebe R$ 2 bilhões. “Isso tem que ser resolvido”, enfatizou.
Aod Cunha na palestra de abertura
O economista Aod Cunha falou após a solenidade de abertura sobre os desafios e oportunidades para o Brasil. Para ele, “é fundamental que o País aumente a sua produtividade”, pois “a população brasileira está envelhecendo rapidamente”.
Ele explicou que o crescimento econômico pode ser decomposto entre o aumento da força de trabalho e da produtividade. “Quando termina o bônus demográfico, o crescimento da economia precisa vir, fundamentalmente, de uma maior produtividade”, salienta.
Em relação à economia mundial, afirmou que o mundo vem crescendo muito economicamente nas últimas décadas, pois aprendeu a gerar riqueza. Porém, o Brasil sempre cresceu menos do que a média global e ainda muito menos do que os emergentes. “Nas últimas quatro décadas o Brasil desaprendeu a crescer”, enfatizou.
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