INCLUSÃO PREMIADA

Experiências na família e interesses em comum são incentivos para trabalho sobre o autismo

Iasmin, Ana e Nicole são alunas da Emef Edgar Fontoura Braga e foram premiadas na Feira Nordestina de Ciências e Tecnologia

Publicado em: 10/10/2023 13:11
Última atualização: 18/10/2023 21:09

A escola é um lugar onde crianças e adolescentes se formam como cidadãos. Estão lá para aprender o uso correto da língua portuguesa, matemática, história, geografia, química e física. No entanto, alguns temas extrapolam o ambiente escolar, como a inclusão. Foi com essa perspectiva que três alunas da Escola de Ensino Fundamental (Emef) Edgar Fontoura Braga, participaram da Feira Nordestina de Ciências e Tecnologia (Fenecit).

Jovens de Canoas vão participar de Feira de Ciência no Paraguai em 2024 Foto: Juliano Piasentin/ Especial

Iasmin Vitória, 14 anos, Ana Victoria e Nicole Alves, 13, estão no 9ª e 8ª ano respectivamente. Durante a Expo F, conhecida feira de ciências da escola, as meninas resolveram abordar um assunto cada vez mais presente na sociedade: o autismo. Com o título “Como funciona o cérebro dos autistas?” O interesse do trio aconteceu por motivos diversos, alguns inclusive compartilhados entre as alunas. “O que me incentivou foi o autismo da minha irmã. A pesquisa me ajudou a entender determinadas situações, fazendo eu lidar melhor com ela”, diz Nicole.

A jovem explica que a atuação como monitora dos alunos de inclusão também foi fundamental para a escolha do assunto. “Esse suporte é feito ao lado das estagiárias”, afirma a supervisora Fabiana Damasco. Além da monitoria, Nicole e a colega Ana Victoria querem ser médicas e a vocação em comum estimulou a união entre elas. “Juntamos as ideias e tudo fluiu. Não tenho nenhum parente com autismo, mas sempre me interessei pelo tema”, conta Ana.

Prêmio no Recife

A viagem para o Recife rendeu o 2ª lugar na feira científica. “Eu chorei muito, não imaginava, fiquei paralisada”, diz Nicole. “Foi uma surpresa, foi bem cansativo, mas no final valeu a pena”, reitera Ana. Iasmin, que estuda na Emef Edgar Fontoura desde o 1º ano, disse que foram mais de 100 apresentações. “Quando dava um branco, a gente se olhava e uma ajudava a outra. A parceria foi fundamental”, completa Iasmin.

A orientação do trabalho foi feita pela professora de geografia Cléo Machado. No retorno do Nordeste, Cléo precisou se ausentar da escola por conta de uma conjuntivite. “É um tema que passa por todos, todos os professores trabalham com alunos de inclusão”, diz a supervisora Fabiana.

Com 381 alunos do 1º ao 9º ano, a diretora Heloisa Bezerra destacou que são ao menos sete crianças diagnosticadas com autismo na escola. “Outros ainda estão em investigação.”

Paraguai 2024

Para finalizar o trabalho as meninas utilizaram a tecnologia e o turno inverno. “Usamos muito o Google Docs, WhatsApp pra ir trocando ideias”, relata Ana. Os encontros presenciais também aconteceram e para isso o apoio da família foi fundamental. “Na escola foram dois dias inteiros e depois íamos uma na casa da outra”, afirma Nicole.

Além do Recife, elas foram selecionadas para a Feira Mineira de Iniciação Científica, que ocorre em novembro no formato híbrido. “Dessa vez não vamos viajar”, diz Heloisa.

No entanto, a viagem mais esperada será em 2024 e os trâmites já começaram. “Para ir ao Recife entramos em contato com a Secretaria de Educação, que nos deu todo o apoio. Agora será internacional, a próxima é no Paraguai”, comemora Fabiana, que desde 2015 trabalha na escola.

O trio foi selecionado para viajar ao país sul-americano. “Estamos muito animadas. Durante a feira no Recife recebemos várias ideias para ampliar nosso trabalho”, afirma Nicole. Sobre o idioma, a equipe terá uma tradutora oficial: Ana Victoria. Isso pelo fato da jovem ser venezuelana e morar há 4 anos no Brasil. “Estamos bem ansiosas. A Ana já nos ajudou bastante nos contatos em Pernambuco, principalmente com os mexicanos”, completa Nicole. 

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