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CONFISSÃO NA PRISÃO

"Eu precisava de dinheiro", diz assaltante que esfaqueou motorista de aplicativo em Novo Hamburgo

Em tom calmo e cabisbaixo, ladrão de 20 anos tentou justificar o ataque ao trabalhador, que segue em estado grave no Hospital Municipal

Publicado em: 09/10/2023 às 06h:00 Última atualização: 23/10/2023 às 17h:27
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Um industriário de 20 anos dedicado à família, amoroso com os pais, conservador, cristão e sem nenhum antecedente criminal. Esse é o perfil do assaltante que esfaqueou um motorista de aplicativo na semana passada no Centro de Novo Hamburgo. Ao ser preso pela Polícia Civil, tentou justificar: “Eu precisava de dinheiro”. Passou por audiência de custódia no sábado (7) e foi para o sistema prisional. A vítima, que tem 59 anos e mora em Estância Velha, segue hospitalizada em estado grave.

Investigado foi encontrado no dia seguinte ao crime por agentes da 1ª Delegacia de Polícia | Jornal NH



Investigado foi encontrado no dia seguinte ao crime por agentes da 1ª Delegacia de Polícia

Foto: Reprodução

Os parentes tentam entender o que levou o jovem à tamanha violência, por volta das 21 horas da última quarta-feira (4). Na confissão, em tom calmo e cabisbaixo, disse que sequer avisou o motorista sobre o assalto. No banco traseiro do Voyage com placas de Ivoti, pouco antes do fim da corrida, surpreendeu o trabalhador com estocadas no pescoço. Deu mais de dez golpes, também no rosto, perto do olho, e mandou a vítima entregar a carteira. “Daí ele olhou no susto e tentou sair do carro”, declarou.

“Arrependido”

Diante da aproximação de uma mulher que caminhava pela Rua Miguel Couto, atraída pelos gritos do motorista, o ladrão logo fugiu com a carteira e o celular da vítima. Disse que quebrou o aparelho no caminho, para evitar rastreamento, e jogou a faca em um terreno baldio. “Fiz tudo sozinho”, comentou. E se disse arrependido. Também afirmou que não contou a nenhum parente ou amigo. O nome não é publicado por conta da Lei de Abuso de Autoridade.

“Disse que estava planejando assalto”, revela delegado

A 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo identificou o autor e o prendeu no dia seguinte, em Parobé, quando ia para a casa dos pais, no bairro Alvorada. As roupas usadas no crime, ensanguentadas, foram apreendidas. O investigado estava com curativos nas mãos. “Ele nos disse que estava planejando um roubo há cerca de um mês, a um mercado ou alguma pessoa, e que o Uber foi a última opção”, expõe o delegado Tarcísio Kaltbach.

O jovem, que estava morando e trabalhando como auxiliar de almoxarifado em Canoas, saiu do serviço no fim da tarde e foi de trem a Novo Hamburgo. Desceu na Estação Fenac e chamou corrida por aplicativo até a Avenida Primeiro de Março. O endereço, conforme ele, era aleatório. A intenção era roubar.

E foi o que fez, de forma brutal e atabalhoada. Partiu direto ao ataque, sem usar a réplica de pistola que tinha na cintura para tentar render a vítima. A arma de brinquedo ficou no banco traseiro do Voyage. “Nos contou que voltou de trem a Canoas e só no dia seguinte foi a Parobé”, acrescenta o delegado.

O motorista poderia ter sido morto no local se não fossem os gritos da pedestre de 48 anos. “Larga ele”, repetia a testemunha, que reconheceu o ladrão na delegacia. A vítima, que perdeu muito sangue, segue na luta pela vida no Hospital Municipal.

 

Empresa se posiciona
A Uber afirma que, apesar de o nome da empresa ter sido mencionado pelo preso no interrogatório, o motorista não é cadastrado na plataforma. “Portanto, o caso não tem relação com a empresa. De toda forma, sabemos que popularmente usa-se o nome “Uber” como sinônimo para toda a categoria de aplicativos de mobilidade, bem como sinônimo da atividade de quem utiliza os apps para gerar renda”, diz a companhia, em nota emitida nesta segunda-feira.

 

 

 

Medo aumenta no Vale do Sinos

O preso não explicou por que decidiu praticar o assalto em Novo Hamburgo. Ela já morou na cidade, com um irmão, no bairro Boa Saúde. A escassez de policiamento nas ruas pode tê-lo atraído. Os assaltos à mão armada vêm assustando os motoristas de aplicativos no Vale do Sinos, como revelado pela reportagem na semana passada.

 

 

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