A operação contra esquema de tráfico de drogas e assassinatos liderada por dois irmãos empresários de Torres, no litoral norte, prendeu 53 pessoas nesta terça-feira (29). Do total, 11 presos já estavam no sistema penitenciário.
Foto: Polícia Civil
A Operação Turrim, da Polícia Civil, investiga a organização criminosa há 16 meses. A ação de hoje foi realizada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, em conjunto com o Ministério Público do RS.
Conforme o delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso, titular da Delegacia de Polícia (DP) de Torres, os líderes estariam por trás da venda de drogas em cidades do litoral norte do RS e litoral sul de Santa Catarina.
Ainda segundo Veloso, dos 53 presos, nove foram detidos na Região Metropolitana de Porto Alegre. Em Torres, foram 14, sendo oito homens e seis mulheres, 14 em Santa Catarina, e o restante nos arredores de Torres.
Ao todo, 65 mandados de prisão foram cumpridos simultaneamente em Porto Alegre, Cachoeirinha, Alvorada, Viamão, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Lajeado, Campo Bom, Estância Velha, Capão da Canoa, Morrinhos do Sul, Torres, Três Cachoeiras e Mampituba (RS); e em Praia Grande, Passo de Torres, Araranguá e São João do Sul (SC).
Empresários suspeitos de liderar esquema de tráfico de drogas e ordenar homicídios são alvos de operação no RS e SC
PolÃcia Civil
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PolÃcia Civil
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Segundo o que foi apurado, dois dos principais alvos da ofensiva policial deflagrada hoje (empresários do ramo imobiliário e de gastronomia) exerciam funções de liderança no grupo criminoso, tendo ocorrido execuções de desafetos e de traficantes de facção rival, justamente com o intuito de monopolizar a venda de entorpecentes na região litorânea gaúcha.
Criminosos sustentavam vida de luxo
Conforme o delegado, com os lucros do tráfico de drogas, essas lideranças sustentavam vida de luxo, adquirindo veículos de alto valor agregado, residindo em apartamentos situados em bairros nobres, próximo ao mar, além de realizarem gastos com viagens e compras de terrenos e imóveis.
“Alguns dos indivíduos que também se locupletaram do tráfico de drogas já se encontravam presos no sistema penitenciário, onde utilizavam os lucros para obterem regalias nos estabelecimentos prisionais”, salienta Veloso.
Além de todos os crimes, pelo menos cinco homicídios consumados tem autoria apontando para o grupo criminoso. “Ao todo foram 43 armas de fogo apreendidas, sendo que destas 16 estavam na casa do advogado preso, em Torres”, completa o delegado.
A ofensiva policial teve ainda 24 bloqueios de contas bancárias, foram apreendidos cinco carros de luxo, drogas, munições, celulares e dinheiro em espécie.
Polícia deve intensificar investigações de quadrilha por lavagem de dinheiro
“Agora, em paralelo [à operação de hoje], vamos intensificar a investigação de lavagem por dinheiro e acreditamos que mais pessoas estarão envolvidas neste crime”, explica o chefe de Polícia, delegado Fernando Antônio Sodré de Oliveira
“Acreditamos que prisões definitivas vão ocorrer até o fim do processo. Com as prisões de hoje, já gera descapitalização no crime”, reforça Veloso, titular da DP de Torres.
Durante a coletiva de imprensa, os delegados destacaram o trabalho desenvolvido em conjunto e parceria.
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“Assim que o delegado de Torres identificou o crime, ele acionou o Denarc e foram meses de muitas conversas, com arquivo de mais de 3 mil páginas. Não somos entidades separadas, somos a segurança publica unida contra nossos inimigos, que é a criminalidade. Não estamos concentrados em grandes centros e sim em todo o Estado”, diz o secretário de Segurança Pública, Sandro Caron de Moraes.