ESQUEMA DE EXTORSÃO: Vítimas de detentos "eram obrigadas a fazer pagamentos mensais para que tivessem a segurança"

Um esquema de extorsão foi desarticulado pela Polícia Civil, com apoio da Brigada Militar, na manhã desta terça-feira (18) no Vale do Sinos.

A ação, coordenada pela 2ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo, mirou em um bando suspeito de extorquir comerciantes e moradores de condomínios residenciais em troca de segurança.

Segundo a investigação, o grupo, liderado por três detentos recolhidos na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ) movimentou, em oito meses, mais de R$ 2,5 milhões.

"As investigações iniciaram há oito meses, quando a Polícia identificou vítimas que eram extorquidas por traficantes. Conforme apurado, elas eram obrigadas fazer pagamentos mensais para que tivessem a segurança garantida", explica o delegado André Serrão. 

Na ação desencadeada hoje foram cumpridos sete mandados de prisão temporária e 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Leopoldo, Novo Hamburgo e Campo Bom.

Os três homens já recolhidos na PEJ, de 26, 28 e 42 anos, tiveram as suas prisões temporárias decretadas. O trio foi identificado como responsável pela cobrança dos valores aos comerciantes.

Outras quatro mulheres, de 22, 26, 27 e 52 anos, todas sem antecedentes policiais, também tiveram as prisões temporárias decretadas e são suspeitas de recebimento e transferência do dinheiro arrecadado entre os membros do grupo criminoso.

No endereço da mulher de 22 anos foram encontrados mais de três quilos de crack, um tijolo de cocaína, apetrechos para refino e preparo da droga, dezenas de munições calibre .12 e camisetas da Polícia Civil, razão pela qual ela foi autuada em flagrante por tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo.

"A operação tem relevância no combate às extorsões perpetradas no município de São Leopoldo, além do escopo de arrecadar o maior número de elementos informativos para subsidiar a continuidade da investigação e levar à efetiva condenação dos suspeitos. Também é importante que a população esteja atenta e colabore com a polícia para que consigamos refrear este importante pilar de arrecadação financeira do grupo criminoso", comenta o delegado Serrão. 

"Durante as investigações, foram identificados outros criminosos que tentavam ludibriar as vítimas, com intuito de aplicar golpe, passando-se por membros do tráfico”, completa o delegado. 

Serrão frisa que a comunidade pode colaborar com o trabalho da Polícia Civil através do repasse de informações pelo número (51) 99701-1738 por meio de mensagens no WhatsApp e Telegram. O sigilo é garantido.