POLÍCIA

Em São Leopoldo são registradas oito ocorrências de violência doméstica por dia

De janeiro a junho foram solicitadas 672 medidas protetivas de urgência pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) da cidade

Publicado em: 30/08/2023 07:13
Última atualização: 18/10/2023 17:49

O mês de agosto está findando, mas a luta contra violência doméstica não. A campanha Agosto Lilás foi criada em referência à sanção da Lei Maria da Penha (Lei Federal nº 11.340/ 2006), buscando alertar para a necessidade de enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher, com o objetivo de dar visibilidade ao tema.

Patrulha Maria da Penha foi implementada há cerca de nove anos em São Leopoldo Foto: Brigada Militar/Especial

Mulheres de 19 a 75 anos, com Ensino Médio completo e com filhos na faixa etária de 1 a 2 anos. Este é o perfil da maioria das vítimas de violência doméstica e familiar que buscam atendimento no Centro Jacobina, um serviço de referência prestado desde 2006 em São Leopoldo.

O levantamento do local aponta ainda que na maior parte dos casos, a violência é praticada por ex-companheiros das vítimas. Dentre os principais tipos de violências sofridas estão a psicológica, a física, a moral, a sexual e a patrimonial.

No Centro Jacobina, de janeiro a julho deste ano, foram realizados 2.040 atendimentos entre primeiro acolhimento, acompanhamentos, atendimento interdisciplinar, denúncias recebidas e visitas domiciliares. No ano passado, no mesmo período, haviam sido 1.305 atendimentos.

No local, as mulheres que buscam apoio recebem, de forma gratuita, acompanhamento psicossocial, orientação jurídica e encaminhamento para a casa-abrigo e à rede de atendimento.

Registros

Além do Centro Jacobina, uma alta demanda também é vista na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) da cidade. De janeiro a junho deste ano foram registradas na DP 1,5 mil ocorrências, uma média de oito a cada dia. Ao todo, 860 inquéritos já foram instaurados. Também foram solicitadas 672 medidas protetivas de urgência.

Em seis meses foram, ainda, um feminicídio consumado e três tentados na cidade e 53 prisões realizadas pela especializada. Em todo o ano passado, 2.559 ocorrências foram registradas na delegacia, com 1.595 procedimentos instaurados e 1.230 medidas protetivas de urgência solicitadas.

De janeiro a dezembro de 2022, a cidade registrou um feminicídio consumado e quatro tentados.

Ainda mais

Titular da Deam, a delegada Michele Mendes Arigony, frisa que os números, apesar de altos, não refletem, com precisão, o cenário da violência doméstica.

"Como sabemos que apenas 10% das mulheres denunciam, ainda estamos trabalhando fortemente na prevenção, na busca pelas mulheres que não denunciam seus agressores."

Segundo a delegada Michele Mendes Arigony, "com relação aos dados da Deam, podemos observar que os números se mantiveram até agora, especialmente no que tange ao número de feminicídios. Tivemos apenas um em 2022 e um em 2023, o que retrata o trabalho policial e de toda rede de acolhimento."

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