“Em 11 anos de administração pública nunca tinha visto um alagamento desse tamanho”, afirmou o prefeito de Nova Santa Rita, Rodrigo Battistella. Foram cerca de 72 milímetros em 24 horas, nos últimos 20 dias a chuva que castiga o Estado já despejou mais de 400 mm no município da região metropolitana. “Foi maior do que em 2015. Há oito anos o maior problema havia sido o granizo”, aponta o prefeito.
Desta vez o granizo afetou apenas uma região da cidade. “Tivemos relatos de problemas no Morretes.” Apesar do município ter sido poupado das pedras de gelo, o alagamento foi considerado crítico por Battistella. “Registramos muitos transbordamentos de recursos hídricos, mesmo longe dos rios.” O prefeito frisou que Nova Santa Rita é rodeada de três grandes rios. “Temos o Sinos, Caí e Jacuí.”
Conforme a prefeitura, entre 80 e 100 casas foram afetadas pelos alagamentos. “No entanto, nenhuma família ficou desalojada, Depois de quatro horas a água começou a baixar naturalmente”, explica Battistella. O motivo, além da chuva intensa, foi a cheia de arroios e bacias. “Os alagamentos não ficaram concentrados em apenas uma região, eles se espalharam por toda a cidade.”
Alerta ligado
Desde a manhã desta quarta-feira (27) equipes da Defesa Civil ligaram o alerta para outro problema: as enchentes. Isso acontece por conta do vento sul, que mantém as águas represadas, evitando que elas possam desaguar no Guaíba, por exemplo. “Precisamos ficar atentos, é provável que seja necessário remover alguma família, o risco é iminente, o Guaíba também está cheio, a água bate e volta”, afirma Battistella.
O prefeito comunicou que um estudo foi contratado para que todos os arroios da cidade sejam examinados. Outra medida apontada é a construção de um dique próximo ao Arroio do Caju. “Estamos estudando todos os pontos das licenças ambientais necessárias. Não posso chegar e colocar uma máquina.”
Estiagem e cheias
Produtores rurais afetados pela estiagem, que assolou as plantações da safra 2022/2023 começaram a receber 300 cestas básicas. Os alimentos foram destinados pela Defesa Civil do Governo Federal. Se no início do ano o problema foi a seca, agora a situação se inverteu. “Já estamos fazendo um levantamento junto a Emater para saber os estragos causados pela chuva. As hortaliças foram muito prejudicadas.”
Battistella reitera que as janelas para plantação de arroz e soja também devem ser atingidas. “A lavoura está alagada, com certeza teremos atraso”, completa.
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