SOL E LUA
ECLIPSE SOLAR: Entenda como o fenômeno acontece e onde pode ser visto
Fenômeno no céu ocorre neste sábado (14); saiba qual o horário e como assistir
Última atualização: 18/10/2023 00:00
Neste sábado (14), está previsto um eclipse parcial do Sol. A Lua esconder o astro. Previsto para ter seu ápice no meio da tarde, o eclipse anular será um momento no qual a Lua formará uma espécie de anel de fogo nos céus.
Mas você sabe o que gera um eclipse?
Conhecido como deus Tupã entres os povos tupi-guarani, o sol é a estrela do nosso sistema, que em razão disso recebe o nome de solar. O processo de fusão nuclear entre hélio e hidrogênio que ocorre no astro rei garante a fonte de calor e iluminação e luz para a Terra e os outros sete planetas que compõem nosso sistema.
Já a Lua, que para os povos originários do Brasil é a deusa Jaci, é o satélite natural da Terra, que não emana luz nem energia, mas ajuda a controlar, por exemplo, o nível dos mares ao redor do globo.
De acordo com astrônomos, o diâmetro do sol é 400 vezes maior do que a Lua, porém, a distância entre os dois astros permite momentos de alinhamento que fazem com que a lua cubra o sol. "Este é um fenômeno que só acontece no planeta Terra. É essa distância que faz com que nos céus o tamanho da Lua pareça ser semelhante ao sol", explica Thaisa.
Thaisa também conta que este não é um fenômeno infinito, já que a Lua está se afastando da Terra. "Daqui a 500 milhões de anos ela estará mais longe e nunca mais teremos eclipse."
Da mesma forma que a Lua vai se afastando, pouco a pouco, a fusão nuclear do sistema solar também pode acabar um dia. "O dia que terminarem estes combustíveis vai ocorrer uma implosão e nosso sistema solar irá desaparecer", lembra Jung. Este processo deve levar ainda bilhões de anos.
Como ver o eclipse
No Brasil, o fenômeno terá sua melhor visibilidade nas regiões Norte e Nordeste, mas ainda poderá ser visto, mesmo que em menor intensidade no Rio Grande do Sul. De acordo com projeções do Observatório Espacial Heller & Jung, sediado em Taquara, no Estado o sol deve ter entre 16% a 20% da área coberta.
Astrofísica do Departamento de Astronomia do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Thaisa Storchi Bergmann prevê que o momento de melhor visibilidade do fenômeno na Região Metropolitana será por volta das 16h47.
Mas mesmo nos melhores locais de visualização, não haverá o bloqueio completo do sol pela Lua. Diferente do eclipse total, nos anulares "o disco do sol não é completamente obscurecido pela Lua, deixando um anel brilhante de luz solar visível ao redor da borda da Lua", explica o professor doutor Fernando Jung, do Observatório Heller & Jung.
Thaisa lembra que a imagem mais bonita nos céus é quando acontece o bloqueio total, fazendo com o que o dia vire noite. "O mais espetacular é quando o eclipse é total, quando a Lua projeta toda sua sombra sobre a Terra."
Ainda assim, Jung destaca a singularidade do evento que ocorre neste sábado. "Eclipses solares anulares não ocorrem com tanta frequência quanto os eclipses solares parciais ou lunares. Em média, podemos esperar que ocorra um eclipse solar anular a cada 1-2 anos em algum lugar da Terra."
Observatório Nacional fará transmissão
A transmissão do Observatório Nacional, numa iniciativa que envolve diversas instituições brasileiras e uma parceria internacional com o Time and Date, organização internacional que fornece serviços relacionados ao tempo, clima, fenômenos astronômicos e fusos horários, vai ocorrer pelo YouTube. Durante a live, astrônomos amadores e profissionais vão transmitir o eclipse diretamente da faixa de anularidade, e também vão conversar com o público.
Como visualizar sem correr riscos
Duas cidades brasileiras serão os melhores locais para visualizar o eclipse deste fim de semana. Natal (Rio Grande do Norte), e João Pessoa (Paraíba). No Rio Grande do Sul, a previsão é que o melhor ponto de visualização do eclipse seja na faixa entre as regiões Norte e Nordeste. Especialistas alertam que é preciso ter cuidado. "Observar um eclipse solar requer cuidados especiais, uma vez que a exposição direta aos raios solares pode causar danos permanentes aos olhos", ressalta Jung.
Entre as formas seguras de observar o fenômeno estão o uso de óculos especiais, projetados para a observação de eclipses, que podem ser encontrados na Internet ao custo aproximado de 5 reais. Outra forma é com o uso de telescópios e binóculos, desde que estes tenham a proteção correta.
Caso não seja possível adquirir esses itens, Thaisa recomenda a compra de um filtro de soldador número 14, que pode ser encontrado em lojas de ferragens. "Eu mesma já comprei uma dessas para poder observar com segurança." Mesmo com esses equipamentos, a astrofísica alerta que não é recomendável olhar diretamente para o eclipse por mais de dois minutos.
Ela ainda chama atenção para a possibilidade de fazer uma câmera de furinhos, para poder observar de forma indireta. "Basta furar um papelão com pequenos furos e colocar uma folha de papel branco dentro, que ela vai refletir a sombra do eclipse." Também será possível acompanhar transmissões ao vivo em canais do YouTube.
O cuidado com as crianças deve ser redobrado para que em nenhum momento olhem diretamente para o fenômeno sem proteção.