Até o final desta semana, a titular da 1ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo, a delegada Cibelle Savi, espera ouvir a versão dos proprietários da agência Gales Turismo sobre o fechamento repentino da empresa, com sede no centro da cidade.
“O advogado dos representantes da empresa estão em contato com a nossa equipe e já temos uma oitiva marcada para o final desta semana”, comenta a delegada, sem revelar a data do depoimento dos empresários.
Foto: Reprodução
Conforme a delegada, pelo menos 20 boletins de ocorrência sobre o suposto golpe aplicado pela empresa estão sendo analisados no inquérito. A agência, que era localizada na Rua são Joaquim, fechou as portas no dia 7. Clientes que já tinham pacotes comprados e embarques marcados para a semana seguinte foram avisados, por mensagem de celular, que os passeios haviam sido cancelados.
“É com imenso pesar que após 8 anos de funcionamento da nossa empresa Gales Turismo LTDA, por razões de ordem técnica e financeira enfrentadas durante a pandemia por Covid-19, ainda não superadas pelo setor do turismo, informamos a vocês, que suspenderemos temporariamente nossas atividades comerciais, inclusive com o fechamento da nossa sede física”, dizia o texto.
A mensagem informava, ainda, que a empresa necessitaria de um período mínimo de 90 a 180 dias para a reestruturação do negócio. “Razão pela qual pedimos a todos que eventualmente restarem prejudicados com os cancelamentos ou com a não saída de seus voos, hotéis, transfers, pacotes turísticos, etc, mesmo aqueles que previamente já estavam com saídas programadas, agendadas e pagas, seja de modo parcial ou total, que aguardem esse período, que no momento se faz necessário”, completava o texto.
Nos telefones e e-mail informados pelos proprietários para dúvidas e informações, ninguém atende ou responde. Além disso, os perfis dos empresários nas redes sociais foram excluídos. Nos perfis da empresa no Facebook e no Instagram, que seguem ativos, e no site Reclame Aqui, as queixas de pessoas que se sentiram lesadas se acumulam.
Reestruturação
Um dos clientes lesados pelo fechamento da agência é o oficial de justiça Sérgio Luiz Bartz da Silva, 64 anos. Morador de São Jerônimo, ele havia comprado, junto com outros dois casais de amigos, pacotes para uma viagem ao Rio de Janeiro, que seria realizada no início do ano que vem.
Segundo ele, o grupo já havia pago parte do valor do pacote por meio de Pix e o restante havia parcelado no cartão de crédito. “Vinha mantendo contato seguido com o pessoal da agência para tirar dúvidas em relação ao hotel, taxas e bagagens. Estranhei que de umas semanas para cá eles não respondiam mais. Comentei com colegas de trabalho que me falaram ter visto notícias sobre uma empresa de São Leopoldo que havia dado um golpe nos clientes. Fui procurar e vi que era a Gales”, comenta Silva.
Ele conta que já foi ao banco tentar bloquear o valor parcelado no crédito. “O que já dei por pix, não sei o que fazer”, lamenta. Na terça-feira (18) à tarde, Silva diz ter recebido uma mensagem da empresa. “Nossa empresa não aplicou nenhum golpe, apenas estamos passando por uma reestruturação que se fez necessária e vamos resolver tudo isso, pode ter certeza”, informa o texto.
Na mensagem, os representantes relatam estar com a demanda alta, mas tentando resolver os problemas o mais breve possível. “Nossos atendimentos estão restritos ao e-mail e mensagens de WhatsApp conforme a nossa demanda. Ligações nesse momento não estão sendo possível realizar. Nossa empresa continua de modo on-line trabalhando para atender a todos os nossos clientes. Nesse momento estamos tratando dos cancelamentos de julho, caso sua viagem seja impactada entraremos em contato passando as informações de como será realizado as tratativas para resolver toda essa situação”, completa a mensagem.
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