NOVO HAMBURGO

Dinossauro, tartaruga e galinha: Criatividade das merendeiras estimula crianças a comer mais saudável

Equipes da cozinha de duas escolas municipais apostam na alimentação lúdica para gerar interesse da criançada por frutas, legumes e verduras

Publicado em: 10/08/2023 21:34
Última atualização: 17/10/2023 18:28

Incentivar crianças a comer frutas, verduras e legumes pode ser uma tarefa difícil. Mas com um toque de criatividade e diversão, a alimentação saudável pouco a pouco vai sendo implementada na rotina dos pequenos. Foi assim que as merendeiras das escolas municipais Aldo Pohlmann, no bairro Industrial, e João Baptista Jaeger, no bairro Santo Afonso, conseguiram motivar os alunos através das refeições.

Deisiane Bastos dos Santos (esquerda), 34 anos, e Maria Gorete de Araújo, 56 anos Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Através do projeto O Amor é o Tempero, que nasceu por duas merendeiras da João Baptista Jaeger, as cozinheiras transformam legumes em flores, ovos cozidos em galinhas, e até chuchus são moldados como dinossauros. Com uma casca de abacaxi e um pedaço de cenoura, uma tartaruga se forma.

As versões lúdicas dos alimentos chamam a atenção das crianças, e ao sentar para almoçar, ficam encantadas com as artes feitas pelas tias da cozinha. Dessa forma, a vontade de comer até aumenta, e a expectativa de saber qual será o desenho da vez motiva a criançada para as refeições.

Alimentação lúdica faz sucesso nas escolas Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Deisiane Bastos dos Santos, 34 anos, trabalha há cerca de seis anos na escola Aldo Pohlmann e há 10 anos é contratada da Companhia Municipal de Urbanismo (Comur - responsável pelo contrato de 200 merendeiras das escolas municipais). Para ela, ver as crianças comendo com gosto é motivo de felicidade. “A gente sempre pensa neles com carinho, para assim eles se sentirem amados”, diz.

EMEI Aldo PohlmannLaura Rolim/GES-Especial
EMEI Aldo PohlmannLaura Rolim/GES-Especial
EMEI Aldo PohlmannLaura Rolim/GES-Especial
EMEI Aldo PohlmannFOTOS Laura Rolim/GES-Especial

Motivação e pesquisa

A iniciativa foi implementada na escola no início do ano letivo, conforme conta Deisiane, foi uma colega de outro setor que se dispôs a auxiliar na produção dos pratos. “Sempre temos a parceria das colegas”, afirma. Além disso, as inspirações vem das próprias ideias e de referências da Internet. A merendeira Maria Gorete de Araújo, 56, que começou há pouco tempo na escola, diz que se sente motivada. “Cozinhamos com amor e sempre fazendo o melhor para as crianças”, complementa.

Para a nutricionista das escolas municipais de ensino infantil de Novo Hamburgo, Luciana dos Santos, essa faixa etária é a mais importante para ter hábitos saudáveis. “A prática das merendeiras faz com que as crianças aceitem muito melhor. Essa coisa mais lúdica atrai muito a atenção deles”, afirma.

O projeto foi tão adorado pelos alunos que eles chegam a perguntar “o que é que vai ter hoje?”, conforme conta a diretora Greice Weber Romero Costa. “Só a pesquisa delas já é super válida, pois vão adquirindo a técnica. É importante para as crianças, mas para as merendeiras também, pois incentiva”, finaliza.

Cozinha com afeto

Já na escola João Baptista Jaeger, que foi a escola responsável por tornar as refeições mais interessantes para os pequenos, a merendeira que integra o quadro da Secretaria Municipal de Educação (Smed) há mais de 20 anos, Marileia Beck, 56, diz que cozinhar é um ato de amor. “É uma maneira de incentivar eles a comer mais saladas. Eles gostam e pedem mais e mais. Não é só trabalho, é carinho, afeto por eles”.

A merendeira da Comur Iara de Assis Rodrigues, 64, também se sente estimulada. “É muito gratificante. O que eu faço é com amor. Se não tivesse uma pitada de amor, não iria dar tanto resultado.

Alimentos ganham formas de animais e encantamLaura Rolim/GES-Especial
EMEB João Baptista Jaeger, no bairro Santo AfonsoLaura Rolim/GES-Especial
EMEB João Baptista Jaeger, no bairro Santo AfonsoLaura Rolim/GES-Especial
Iara de Assis Rodrigues (esquerda), 64, e Marileia Beck, 56Laura Rolim/GES-Especial
O diretor da escola, Marco Antônio Viana Filho, percebe o quanto o alimento saudável se sobressai através da ludicidade. “Elas sempre colocam uma frase do dia e as crianças começaram a reparar nas palavrinhas, aumentou o interesse deles também na comida mais saudável. Ficamos felizes de ver algo que começou aqui e também motivou outras escolas”, destaca.

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