O 29 de agosto é marcado pelo Dia Nacional de Combate ao Fumo, que tem como objetivo reforçar as ações de sensibilização e mobilização da população para os danos causados pelo tabaco. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é classificado como uma doença, causada pela dependência da nicotina. E não importa o dispositivo utilizado, cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo, narguilé ou os mais modernos “pendrives” e “vapes”.
Foto: PAULO PIRES/GES
Em Canoas, a população que busca se livrar do vício e ter uma melhor qualidade de vida, contam com uma rede de apoio nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Segundo Karoline Brambatti, coordenadora de grupo na UBS União, os interessados devem entrar em contato com os agentes comunitários. “No União temos sete equipes antitabagismo, cada grupo funciona por três meses, no momento temos um ativo.”
Atualmente são cerca de 20 pessoas participando no bairro Mathias Velho. “Costumo chamar de roda de terapia. Não podem ser grupos muito extensos para que não fique cansativo.” Karoline explica que a metodologia é composta por questões teóricas, como os riscos e complicações causadas pelo tabaco, troca de experiências entre os participantes e atividades para desenvolver o poder da mente. “Essa troca de experiência acaba impactando muito. Ter contato com alguém que passa pelo mesmo processo firma o propósito.”
No total são três meses de tratamento. “Iniciamos um grupo em agosto e no primeiro mês os encontros são semanais. A partir do segundo, nos encontramos por quinzena e no terceiro é realizada uma última reunião.” Karolina aponta que durante a abordagem, 78% das pessoas param de fumar. “Depois temos alternativas para continuar com o acompanhamento, chamamos de sessões de manutenção.”
Lista de espera
De acordo com a Secretaria da Saúde (SMS), aqueles que buscam parar de fumar precisam entrar em uma lista de espera. Isso acontece devido ao baixo número de insumos recebidos por meio do Governo Federal.
São disponibilizados adesivos e chicletes de nicotina, além de medicação. “A Bupopriona é a mais utilizada. Muitos optam por não usar medicação.”
Uma carteira de cigarro e R$ 8 diariamente
A moradora do bairro Guajuviras, Patrícia Grala, 32 anos, costuma fumar uma carteira de cigarro por dia. “Cada uma custa R$ 8, normalmente compro o pacote fechado, mas ainda assim é um dinheiro desperdiçado”, admite. A trabalhadora é fumante há quatro anos. “Meu pai e irmã fumavam. Só que comecei mesmo acompanhando a filha de uma namorada do meu pai. Experimentei e passei a fumar com ela.”
A hora do dia que sente mais vontade? “Sempre depois do almoço. Mas quero parar, já fiquei uma semana sem fumar.”
Potencial de consumo no RS
Dados do IPC Maps, especializado em potencial de consumo, apontam que até o final deste ano, os gaúchos gastarão cerca de R$ 2,4 bilhões com produtos derivados ou relacionados ao tabaco, o que representa um acréscimo de 5,7% em relação ao ano passado.
São levadas em conta as despesas com cigarros, charutos, fumo para cachimbo, fumo para cigarros e outros artigos para fumantes, como fósforos e isqueiros.
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