O Ministério Público (MP) de Parobé recebeu denúncia de um ex-assessor de gabinete contra o vereador Dari da Silva (PT). O parlamentar é suspeito de praticar o crime de improbidade administrativa por manter um funcionário em desvio de função.
De acordo com a denúncia feita ao MP, o vereador contratou Cleomar Quevedo,46, como assessor parlamentar em cargo comissionado (CC), mas ele dava expediente na empresa de transporte particular da esposa do Dari, Andréia da Costa, como motorista.
A prática teria ocorrido por cerca de dois anos, de março de 2021 até a exoneração do servidor, no mês de março deste ano. A delação foi registrada pelo ex-assessor, no dia 2 de agosto. “Eu só cumpria ordens, não sabia que era desvio de função”, afirmou o ex- assessor.
Prints comprovariam o desvio de função
O esquema foi registrado em mensagens trocadas entre o servidor e a esposa de Dari. Na troca de mensagens, Andréia determinava a agenda e o itinerário do assessor na condução do veículo de transporte, no período que ele deveria desempenhar funções do cargo público. As mensagens foram anexadas na denúncia do Ministério Público.
Conforme a ação, Quevedo declarou que seu trabalho era conduzido por Andréia e que consistia em dirigir uma van da empresa na prestação de serviços de transportes dos funcionários do Hospital São Francisco de Assis e realizando diversas atividades corriqueiras de acordo com ordens diretas da esposa do vereador.
“Eu era contratado pela Câmara, mas trabalhava de motorista na empresa dela. As vezes eu saía em horário de serviço (como assessor parlamentar) com meu carro, ou com a van, para pagar contas particulares para Andréia, ir em farmácias comprar medicamentos ou, até mesmo, fazer serviços de instalações elétricas ”, relata Cleomar.
Cassação
Na Câmara de Vereadores de Parobé foi protocolada, na quarta-feira (9), denúncia por quebra de decoro parlamentar contra o vereador. Conforme o presidente do Legislativo, Roberto Carlos dos Santos Pereira, o Betinho (PDT), na sessão de terça-feira (15), será solicitada a abertura de processo disciplinar para investigar a conduta do vereador.
“Quando se trata da denúncia de um cidadão contra um parlamentar, o trâmite previsto em nosso regimento interno é de que ela seja encaminhada para a ouvidoria. Isso já foi feito nesta semana. Agora, a ouvidoria precisa cumprir os prazos do regimento para dar seguimento à sindicância. Seguiremos à risca nosso regimento e vamos garantir a tramitação do processo de forma imparcial”, explicou Betinho.
Na denúncia, o afastamento do Dari enquanto tramitar a representação também é solicitada, assim como a cassação do mandato.
A reportagem entrou em contato com o parlamentar, mas não obteve retorno. A reportagem não conseguiu contato com a esposa. O espaço está aberto para manifestação.
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