Há três meses Márcia Moser não vê o marido, Selívio Colombo. O morador da zona rural de Três Coroas, no Vale do Paranhana, saiu de casa na tarde de 13 de julho e depois disso não foi mais visto. “A gente está morto por dentro porque a gente não sabe nada. Não tem como dar uma resposta para a filha de 10 anos, nem para a enteada. Nós amamos ele muito, mas não temos resposta. Muito triste.”
O idoso faz aniversário de 67 anos na próxima segunda-feira (16). A esposa conta que gostaria de encontrá-lo para poderem comemorar a data. “É ainda mais triste agora com a vinda do aniversário dele, que a gente sempre fazia um churrasco, fazia um bolo para ele. Agora ele não vai estar para fazer o aniversário.”
Os familiares, segundo ela, já fizeram tudo o que podiam para tentar localizar o idoso. O caso foi registrado na Polícia Civil e nos últimos meses buscas foram feitas pelo Corpo de Bombeiros Voluntários do município. Até o momento, nenhuma pista sobre o paradeiro do homem foi encontrada. “Quero agradecer muito aos bombeiros e à Polícia pelo esforço que fizeram para tentar localizar ele, mas sem êxito”, afirma Márcia.
As buscas seguiram até o fim de agosto, mas foram suspensas pelos bombeiros devido a falta de informações sobre a possível localização do morador.
Caso é considerado complexo pelo delegado
Essa não é a primeira vez que Colombo some. O primeiro desaparecimento dele foi registrado em abril deste ano, quando disse à família que iria fazer o conserto de uma mangueira em um sítio. Na ocasião, também foi feito registro na delegacia e os bombeiros encontraram o idoso caminhando na área rural do município.
Dessa forma, o delegado Ivanir Luiz Moschen Caliari destaca que o caso é complexo. Ele diz que o indício mais forte “é que ele possa ter tido uma desorientação”. A Polícia já ouviu familiares e vizinhos do idoso como testemunhas, mas segue sem novidades. Nenhuma hipótese é descartada, conforme Caliari.
O delegado também pediu a quebra de sigilo bancário em três contas de Colombo, mas “não houve qualquer movimentação suspeita”. Segundo a investigação, o desaparecido não tinha telefone celular e saiu de casa apenas com a roupa que usava sem levar documentos. Ele teria deixado a carteira na residência.
IGP esteve na propriedade do idoso
No fim de agosto, o Departamento de Criminalística, do Instituto-Geral de Perícias (IGP), esteve no local para coletar materiais. A propriedade fica na localidade de Canastra Alta, na zona rural de Três Coroas. A equipe do IGP aplicou a substância luminol, que é capaz de identificar sangue humano em superfícies mesmo após passado longo período.
Segundo a Polícia Civil, os peritos coletaram e levaram para o laboratório de identificação genética alguns pontos com possível gotejo de sangue humano. Caliari explica que trata-se de locais de desempenho de trabalhos de agropecuária. O laudo da perícia não havia sido recebido pela Polícia até esta sexta.
Pistas podem ser repassadas à Polícia
Quem tiver informações sobre o paradeiro de Colombo pode relatar à Polícia Civil, inclusive anonimamente, pelo telefone (51) 3546-1190.
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