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CRIME NO RS

Dentes quebrados e parafuso na cabeça: Suspeito de torturar e matar ex-companheira foi no velório

Vítima de 27 anos foi sepultada na tarde da segunda-feira na cidade gaúcha onde o crime aconteceu no fim de semana

Ubiratan Júnior
Publicado em: 17/10/2023 às 21h:17 Última atualização: 18/10/2023 às 00h:42
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O homem de 49 anos suspeito de torturar e matar a ex-companheira, 27, foi ao velório da vítima na segunda-feira (16), que foi sepultada Cemitério Municipal Papa João Paulo II, em Encruzilhada do Sul. Ela foi identificada como Andressa Caroline de Lima Freitas.

Ex-companheiro da vítima foi preso nesta terça-feira | Jornal NH



Ex-companheiro da vítima foi preso nesta terça-feira

Foto: Polícia Civil

Conforme a Polícia Civil, a mulher teria sido morta na madrugada do domingo (15), porém o corpo foi encontrado por um vizinho por volta das 14 horas dentro da residência onde ela morava com o casal de filhos de 10 e dois anos. As crianças não estavam no local no momento do crime.

Após ter sido preso na manhã desta terça-feira (17), na sua casa em Amaral Ferrador, o homem negou a autoria do crime e disse que não esteve na cidade vizinha antes do velório da vítima. Segundo o delegado, o homem ainda teria dito que: “nenhuma pessoa que mataria, comparecia ao velório”.

“Eu disse para ele que não tem nada a ver. Recentemente, teve o caso de uma mulher que foi morta em Alegrete e um dos presos, um dos três, compareceu no velório dela”, conta o delegado Róbinson Palomínio.

“É realmente uma coisa estranha, é uma pessoa muito fria quando faz isso, mas não quer dizer nada”, completa. De acordo com o delegado, apesar do ex-companheiro não admitir a autoria do crime todas as evidências apontam para ele. Entre elas, as mensagens da conversa com a vítima que foram apagadas e o relato das testemunhas, que descreveram ele como uma pessoa violenta, possessiva e agressiva. Segundo a investigação, Andressa e o suspeito mantiveram um relacionamento por um ano, mas se separaram há poucos meses.

“Ele nunca fala nava que o prejudicasse. Ele fala que ele não usa droga, sendo que a gente sabe que ele usa. Ele falava que não batia nela, sendo que a gente sabia que ele batia. Ele falava que não tinha arma, sendo que a gente sabia que ele tinha. Então praticamente ele dizia que era um santo. Ela não tinha como demonstrar arrependimento, porque ele dizia não ter feito nada de errado”, detalha o delegado sobre o depoimento do suspeito.

O crime teria sido motivado por uma falsa gravidez da vítima. Palomínio afirma que um exame será feito para concluir se a mulher era de fato gestante, porém amigas de Andressa disseram à Polícia que a vítima já teria confessado para elas que não esperava um filho do ex-companheiro, mas que pedia dinheiro a ele frequentemente sob alegação de que seria para exames da suposta gestação.

“Ele desconfiou da mentira e, um dia antes do crime, disse para ela ‘sábado irei para aí e, se tu não tiver grávida, eu farei tu ficar’”, conta Palomínio.

O crime

Por volta das 14 horas do domingo (15), o corpo de Andressa foi encontrado por um vizinho na casa dela. Segundo a investigação, ela era garota de programa. “Esse vizinho tinha um relacionamento com ela. Ele viu a casa aberta, ele viu a janela aberta e mandava mensagem para ela e ela não recebia as mensagens”, explica o delegado. De acordo com ele, outras pessoas também estranharam a falta de respostas da mulher.

A casa revirada e o “sumiço” gerou preocupação. “Então ele [o vizinho] foi lá e viu o corpo dela”, afirma o delegado. Ele teria chamado o Corpo de Bombeiros e a Brigada Militar. A vítima estava caída de bruços, sem calças e com a blusa erguida. O chão estava ensanguentado. De acordo com o delegado, o celular de Andressa não foi encontrado. “Se tivesse, teríamos mais provas do crime”, enfatiza Palomínio.

Sobre a possível tortura que Andressa pode ter sido submetida antes de ser morta, o delegado tem cautela. “Aparentemente, ela parece ter sido torturada [em vida] pelos dentes quebrados e parafuso, pela cadeira. Mas só poderemos garantir se foi ou não pelo laudo pericial. Ela pode não ter sido caso se constate que ela teve esses objetos inseridos após a morte dela”, explica.

Conforme a investigação, a morte teria acontecido na madrugada do domingo, no entanto o horário e a causa serão apontados pelo laudo da perícia. “Descartamos disparo de arma de fogo, facadas ainda não, mas provavelmente também será”, antecipa Palomínio.

Os filhos da vítima estão na casa de parentes. 

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