MULHER MORREU NO HOSPITAL
"Conseguiu fazer o milagre de se salvar", lembra filho de idosa que ficou agarrada em parreiral para sobreviver a enchente
Ela morava no Vale do Taquari, região mais atingidas pela cheia do Rio Taquari no início deste mês no Rio Grande do Sul
Última atualização: 29/12/2023 17:27
Mais uma morte em consequência das chuvas foi registrada no Rio Grande do Sul. Moacir Berger perdeu a mãe, Elma Berger de Souza, na tarde tarde desta quinta-feira (14). Segundo ele, a idosa de 99 anos morreu em consequência de hipotermia, que fez com que seus rins parassem de funcionar.
"Ficou nove horas dentro d'água e conseguiu fazer o milagre de se salvar e agora perdeu a batalha pelos rins, que em consequência da hipotermia acabaram parando de funcionar e ela faleceu", relata.
Elma Berger de Souza será velada nesta sexta-feira (15) na Câmara Municipal de Roca Sales a partir das 7 horas. O sepultamento ocorrerá às 15 horas no Cemitério Católico.
A idosa ficou horas agarrada a um parreiral com o corpo parcialmente submerso para sobreviver. Ela estava internada no hospital de Encantado. A mulher morava em Roca Sales, no Vale do Taquari, uma das cidades gaúchas mais atingidas pela cheia do Rio Taquari.
Relembre como a idosa sobreviveu
Elma estava com uma cuidadora em casa, na segunda-feira (4), quando a água começou a adentrar a residência. Na cidade, o rio chegou a subir cerca de 13 metros.
"Os filhos não conseguiam chegar à casa dela por causa da correnteza, [já que] a cidade inteira estava embaixo da água", disse Rogerio Pretto, marido de uma das netas da mulher, em entrevista ao Uol.
Os parentes conseguiram falar por telefone com os vizinhos da idosa. "A senhora que atendeu disse que elas estavam gritando por socorro", falou Pretto.
De acordo com os relatos de vizinhos, eles conseguiram avistar alguém de longe, mas não ouviram nada. Os moradores mais próximos da casa de Elma também ficaram ilhados. Por volta da 1 hora de terça (5), eles se abrigaram na caçamba de uma caminhonete com duas famílias, sem luz e bateria no telefone.
A cuidadora da idosa conseguiu levá-la até uma estrutura de ferro que sustentava um parreiral. Ali, elas ficaram durante oito horas, com água até o pescoço, esperando socorro. Elas foram ser regatadas apenas às 9 horas, por um pessoa que estava de barco.
"O rapaz do barco passou por lá por acaso e ela foi levada de helicóptero para o Hospital de Encantado, onde se encontra internada até hoje, mas está tudo bem. Ela relata que passou muito frio. Esse ainda foi um relato com final feliz, tem muita história triste, de crianças que foram arrastadas, de pessoas nos telhados das casas que foram arrastadas para cima", contou Pretto.