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MERENDA ESCOLAR

Comidas criativas fazem sucesso entre a criançada nas Emeis de Canoas

Cozinheiras das escolas transformam alimentos saudáveis em animaizinhos, desenhos e personagens infantis

Taís Forgearini
Publicado em: 19/10/2023 às 10h:10 Última atualização: 19/10/2023 às 10h:11
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A hora do lanche está mais divertida em algumas escolas municipais de educação infantil (Emeis) de Canoas. Visando estimular o consumo de alimentos saudáveis, cerca de dez instituições começaram a fazer comidas criativas na merenda escolar.

Helena (no centro) adora bolo em formato de coração



Helena (no centro) adora bolo em formato de coração

Foto: PAULO PIRES/GES

As cozinheiras transformam diariamente frutas em animaizinhos, verduras em personagens de desenho, legumes em estrelinhas, coraçõezinhos, florzinhas, a imaginação e a criatividade são ilimitadas na hora de produzir os pratos que compõem a merenda dos alunos.

A iniciativa começou a partir do segundo semestre do ano letivo de 2023. A Emei Vó Lola, no bairro Niterói, foi a pioneira. “Foi a forma encontrada para incentivar a alimentação saudável de um aluno autista. Para divulgar a ação começamos a fazer fotos das refeições e compartilhar no grupo entre as escolas, aos poucos a ideia se espalhou e motivou outras Emeis a fazer o mesmo para todos”, explica a nutricionista e chefe da unidade escolar, Fernanda de Oliveira.

A adesão das escolas ocorre de forma voluntária. “A criação lúdica dos pratos é opcional. A padronização ocorre em relação ao cardápio, ou seja, obrigatoriamente as refeições necessitam ser iguais em toda a rede municipal [conforme a faixa etária do aluno]”, destaca.

Segundo a nutricionista da rede de ensino municipal de Canoas, Claudia Monster, os alunos de até três anos, do berçário e maternal, não recebem alimentos que contenham açúcar. A partir do jardim, o açúcar é introduzido em pequenas quantidades. “Todos os preparos são caseiros, com temperos naturais, a adição controlada de sal e óleo é controlada. Alimentos ultraprocessados estão banidos do cardápio”, salienta.

Aumento do consumo

A aceitação dos pequenos tem sido positiva, afirma a nutricionista. “Às vezes, o único contato que aquela criança tem com uma refeição saudável é na escola. O consumo de produtos industrializados está cada vez mais comum entre as crianças. A apresentação dos alimentos de maneira criativa provoca a curiosidade e estimula a imaginação dos alunos”, enfatiza Claudia.

O crescimento e a melhora no desempenho dos pequenos estão relacionados com uma dieta saudável, explica a nutricionista. “Percebemos que as escolas que aderiram à iniciativa aumentaram o consumo de frutas, por exemplo. Isso demonstra que proporcionar refeições com formatos divertidos funciona”, diz.

Alimento favorito

Os alunos da Emei Vó Picucha, no bairro Harmonia, fazem a festa na hora do lanche. Helena, de 5 anos, adora corações, ela conta que o bolo de milho em formato de coraçãozinho é seu alimento favorito no café da manhã feito na escola. “Gosto do bolinho. Também adoro comer as estrelinhas de beterraba e cenoura”, diz a aluna do maternal II.

Para a diretora da Vó Picucha, Vanessa Scymczak, a experiência tem aproximado os alunos no momento da merenda. “A interação com alimentos de forma lúdica auxilia nas relações também. Recebemos relatos de pais que falaram que os filhos estão pedindo por comidas que receberam aqui”, evidencia.

A Vó Picucha possui cerca de 100 alunos, entre os turnos manhã e tarde. “Queremos cada vez mais ampliar e aprimorar a produção da comida criativa. O preparo é feito com carinho pelas nossas cozinheiras. Pretendemos comprar mais formas e itens para ajudar na confecção dos pratos.”

Criatividade e carinho na merenda escolar

Débora Vigel, de 52, é uma das cozinheiras da Emei Vó Picucha, ela revela ser recompensador o trabalho. “Depois que começamos a fazer bichinhos, personagens animados e tantos outros formatos, as crianças estão comendo mais. A devolução de comida reduziu. É gratificante ver o aluno consumindo o alimento preparado por nós”, destaca a profissional.

Outra mudança apontada por Débora é o tempo de preparação das refeições. “É necessário começar mais cedo. A criação de cada prato consome mais tempo. A criatividade também precisa estar afiada. Cuidamos para não repetir os pratos em dias seguidos. A ideia é trazer novidades e estimular a imaginação dos pequenos”, diz. A cozinheira conta que tem como fonte de inspiração os netos. “Em casa também é necessário tornar as refeições atrativas. Desde arvorezinhas de brócolis, arroz, feijão, até borboletinhas de tomate”, finaliza.



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