TRANSTORNOS
CICLONE: Moradores de áreas de risco são orientados a deixar suas casas em Porto Alegre
Segundo a MetSul, a Capital gaúcha registrava acumulado de 413,8mm na manhã desta terça-feira, maior acumulado em um mês desde 1941
Última atualização: 04/12/2023 14:44
A formação de um ciclone extratropical causa transtornos no Rio Grande do Sul nesta terça-feira (26). Entre o fim da madrugada e a manhã, uma tempestade com ventos fortes, chuva intensa e queda de granizo atingiu diversas cidades gaúchas, principalmente na Grande Porto Alegre e região metropolitana.
Na Capital, o mau tempo intensificou os problemas causados pela instabilidade desde a semana passada. Órgãos municipais monitoram a situação da cheia do Lago Guaíba, que fez com que as comportas do Cais Mauá fossem fechadas. De acordo com a MetSul Meteorologia, na tarde desta terça-feira o nível da água era de 2,75 metros, 25 cm de transbordar no Centro. Porém, desde a tarde da segunda-feira o nível do lago mostra estabilidade, variando entre 2,69 metros e 2,73 metros.
A chuva em setembro já atinge marca histórica na Capital mesmo antes do término do mês. Conforme a MetSul, até as 9 horas desta terça-feira, o acumulado de chuva era de 413,8 mm. É o maior registro em Porto Alegre desde 1941, quando a marca era de 405,5mm.
A Defesa Civil e o Departamento Municipal de Habitação (Demhab) percorrem as áreas de risco para deslizamentos e orientam a população a buscar alternativas temporárias. Segundo a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), 69 pessoas permanecem acolhidas nos abrigos no bairro Arquipélago. A Escola Estadual Alvarenga Peixoto, na Ilha dos Marinheiros, recebe 40 pessoas nesta terça-feira. Já a Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada, registra29 acolhidos.
“É um trabalho de corpo a corpo. Neste momento mais crítico, a orientação é de que, na medida do possível, estas pessoas busquem o auxílio da prefeitura, amigos ou familiares. Esta colaboração é fundamental”, ressalta o coordenador-geral da Defesa Civil de Porto Alegre, Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior.
Pela manhã, o prefeito Sebastião Melo determinou reforço das estruturas de acolhimento a pessoas e animais em Porto Alegre. Uma das medidas definidas foi a contratação de uma Organização da Sociedade Civil (OSC) para ampliar o número de vagas em abrigos. Segundo a prefeitura, o processo está em andamento sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS).
O Gabinete da Causa Animal (GCA), que atua na Região das Ilhas para o encaminhamento dos animais em situação de risco à Unidade de Saúde Animal Victoria (USAV), também busca acordo para ampliar em 50 vagas a capacidade de abrigo. A atuação das equipes é definida junto à Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.
Aulas canceladas, atendimentos em postos de saúde afetados e trânsito
Os reflexos da passagem do ciclone pela costa gaúcha também fizeram com que seis escolas da rede municipal e três instituições conveniadas de Porto Alegre suspendessem as aulas. De acordo com a prefeitura, equipes da Secretaria Municipal de Educação (Smed) trabalham junto a outros órgãos municipais para oferecer o atendimento necessário as comunidades escolares.
Quatro unidades de saúde estão fechadas em razão dos reflexos da chuva: US Ilha da Pintada, US Ilha do Pavão, US Farrapos e US Aparício Borges. Outras seis operam com restrições (falta de luz, internet ou alagamentos no entorno): Bom Jesus, Maria da Conceição, Estrada dos Alpes, Jardim Cascata, Nossa Senhora de Belém e São Gabriel.
Até o meio-dia, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) registrou 29 ocorrências relacionadas à chuva. Destas, oito ocasionaram bloqueio total - sendo uma por quedas de árvores e sete por alagamento. Há, ainda, sete pontos com bloqueios parciais. Ao todo, cinco semáforos ficaram sem funcionar. O trânsito segue alterado na rua Voluntários da Pátria em razão do fechamento das comportas do Guaíba.