O Rio Grande do Sul vive uma catástrofe climática por causa de chuva excessiva que atingiu o Estado entre o domingo e a segunda-feira (4). Na tarde desta terça-feira (5), o governador Eduardo Leite confirmou 21 mortes causadas pela chuvarada. O número supera a quantidade de vítimas do ciclone que atingiu o RS em junho, quando 15 pessoas morreram.
Na noite desta terça, o governador voltou a falar sobre a situação das regiões atingidas pelas enxurradas. Leite sobrevoou a região do Vale do Taquari, a mais atingida pela chuvarada. “Foi um soco no peito quando eu desci da aeronave lá em Lajeado e ao desembarcar recebi essa informação [15 mortes em Muçum], que estava sendo feito o levantamento para ser confirmado, assim que obtive a confirmação, compartilhei”, lembra o governador.
Leite ainda disse que logo que chegou no município do Vale do Taquari “se quer tinha informação de desaparecidos, quem dirá falar em mortos. Porque a comunicação naquela região está comprometida”. Segundo o governador, as equipes de servidores do Estado e voluntários estão empenhadas para atender a população afetada pelas enchentes.
“É possível, infelizmente, que existam novas vítimas. A gente vai detectando conforme as águas vão baixando, que vão fazendo novos levantamentos, companhamento de áreas isoladas. É possível que haja novas vítimas”, afirma o governador. “Nós estamos fazendo todos os esforços para salvar as pessoas”, destaca.
Na coletiva, Leite destacou que as remoções dos corpos em Muçum é complexa porque o acesso terrestre à cidade está isolado, porque a mesma ainda está tomada por água. “As aeronaves estão dedicadas a fazer resgate das pessoas, inclusive transporte de pacientes”, explica. Conforme o governador, a remoção das vítimas será feita assim que possível e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) auxiliará nas identificações.
Sobre o plano de contingência do Estado, o governador destacou que a Defesa Civil emitiu alertas para todas as regiões e que todas as ferramentas do Estado estão disponíveis para atender os municípios. Enfatizou que ainda há pontos de melhorias e sobre ajuda do Governo Federal disse que na quarta-feira uma equipe, incluindo o chefe da Defesa Civil, o secretário Wolnei Wollf Barreiros, deve chegar no Rio Grande do Sul para acompanhar a situação. Após, os cálculos dos prejuízos serão feitos e a ajuda federal solicitada formalmente.
Leite também disse que equipes do Estado trabalham com os municípios durante a noite desta terça para a remoção de famílias ribeirinhas, especialmente na região metropolitana, “que são atingidas pela bacia do Rio Gravataí, por conta da possibilidade de toda essa água, que está vindo”. Ele lembra que mesmo que não está chovendo, a água desce e pode atingir outras regiões, que até então não foram afetadas por enchentes.
O chefe da Casa Militar do Rio Grande do Sul, coronel Luciano Chaves Boeira, esclareceu que sobre suposta lista de desaparecidos em Muçum, não nenhuma relação de pessoas sumidas. “Isso até nos chama atenção, pois no momento dos resgates das pessoas que ainda estavam no telhado de suas casas. Em conversas das nossas equipes de resgate, até comentavam conosco, que não haviam relatos de pessoas que estavam em situação de desaparecidas. Então não temos essa informação”, afirma. O coronel conta que algumas pessoas que estavam sobre casas, negaram ajuda das equipes de resgate.
“As aeronaves aproximavam, as pessoas faziam sinais e diziam que não era necessário o resgate e que deveriam ser priorizadas outras pessoas”, detalha o chefe da Casa Militar.
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