VIOLÊNCIA
CASAL MORTO A TIROS: Mulher assassinada sofria ameaças e suspeito é um vigilante de Novo Hamburgo
Corpos de Rosângela Zimmer e João Batista Cardoso de Souza foram encontrados no box do banheiro
Última atualização: 17/10/2023 18:18
O assassinato da diarista Rosângela Zimmer, 42 anos, e do representante comercial João Batista Cardoso de Souza, 58, teria sido praticado por um homem contaminado por ciúmes. Ex-namorado de Rosângela, o suspeito vinha fazendo ameaças a ela. É profissional da segurança privada e tem acesso a armas. Os corpos foram encontrados na casa da diarista, no bairro São José, em Novo Hamburgo, na manhã de domingo (6).
Era o primeiro encontro de Rosângela e João Batista, na noite de sábado (5). Eles teriam se conhecido pelas redes sociais. Conforme parentes e amigos, eram pessoas benquistas na cidade e com imensa vontade de viver. Em circunstâncias ainda apuradas pela Polícia Civil, um homem invadiu a residência, na Rua Xapuri, e surpreendeu o novo casal com vários tiros de pistola calibre 9 milímetros.
Declarações de amor
O investigado tem 50 anos e mora perto da casa de Rosângela. Desde a noite de sábado não é mais visto na vizinhança. Nas redes sociais, se apresenta com uniforme de vigilante e ostenta fotos com a ex-namorada em repetidas declarações de amor. Tem dois filhos adolescentes. A delegada de Homicídios de Novo Hamburgo, Marcela Ehler, não confirma a suspeita sobre o ex-namorado. Ela frisa que a investigação segue sob sigilo.
Rosângela já teve processo judicial em Novo Hamburgo por disputa de parte do terreno da residência, contra outro homem, que também a teria ameaçado, mas essa situação está praticamente descartada como motivo para o duplo homicídio. A hipótese preponderante é de crime passional praticado pelo vigilante.
Cena traumatizante para a mãe da vítima
Preocupada com a filha, que não respondia mensagens, a mãe de Rosângela foi à casa dela, por volta das 10h30 de domingo, e se deparou com os corpos no box do banheiro. No entorno, 15 estojos de pistola deflagrados. A mãe não conhecia João Batista.
“Ela [Rosângela] era bem caseira e todo o fim de semana ia para a casa da minha mãe. Sempre mandava mensagem e a mãe estranhou que ela não disse nada. Ligava e ela não atendia”, relatou Adriana Zimmer, 47, irmã da vítima.
Ela e vizinhos descrevem Rosângela como uma pessoa “faceira”, de hábitos simples, como tomar chimarrão na frente de casa. A diarista vivia desde os 15 anos no mesmo imóvel, com os dois filhos, que não estavam no momento do crime. “Ela era uma mãezona. Fazia de tudo por eles”, frisa Adriana.
O representante comercial também era separado e tinha dois filhos. Morava no bairro Ideal. “João era do bem, uma pessoa da paz. Não fazia mal para ninguém. Todo mundo gostava dele", descreve a irmã, a professora Juliana Souza, 44.