Parte de uma carga de catalisadores automotivos importada pela General Motors (GM), que abasteceria a produção na fábrica de Gravataí, foi furtada no Porto Seco de Novo Hamburgo. O crime, que teria ocorrido há quatro meses, foi constatado e registrado na semana passada. São 128 peças desviadas, avaliadas em R$ 400 mil. Elas teriam sido levadas em um caminhão Scania de transportadora com sede em São Paulo.
A titular da 2ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, Marina Goltz, declara que irá analisar o caso para ver se a investigação fica com ela ou se vai para a Polícia Federal. “Não recebi o boletim de ocorrência ainda”, observou a delegada, na tarde desta segunda-feira (18). A dúvida se dá porque, apesar de ser crime na cidade, aconteceu em área aduaneira sob responsabilidade da União.
Movimentação suspeita
A GM deu falta de quatro dos 48 conjuntos importados, cada um com 32 catalisadores. A própria Receita Federal confirmou, por pesagem e scanner do contêiner, que a carga comprada no exterior chegou ao Porto Seco de Novo Hamburgo.
A Multi Armazéns, administradora do posto alfandegário de 120 mil metros quadrados, verificou então, por meio de câmeras, movimentação suspeita no complexo. Com as imagens, a empresa levou o caso ao plantão da Polícia Civil na última sexta-feira (15). São cinco suspeitos, todos moradores do Vale do Sinos.
Peça automotiva é usada também no narcotráfico
Catalisador é peça essencial no sistema de escapamento de automóveis. Devido à alta procura no mercado, a principal suspeita é que o material furtado tenha sido desviado por encomenda do comércio clandestino. Outra hipótese envolveria um esquema criminoso ainda mais intrincado. Fabricado com metais nobres, o catalisador passou a ser transformado, nos últimos anos, em droga sintética.
Área internacional
O Porto Seco de Novo Hamburgo, com entrada na Rua Guia Lopes e fundos na Avenida dos Municípios, no bairro Santo Afonso, é considerado uma área internacional com forte aparato de segurança. Criado em 1999 para as exportações da indústria calçadista, hoje tem maior movimento na importação de diversos setores da economia.
O complexo recebe cargas que chegam pelo Aeroporto Salgado Filho e por uma base próxima ao Porto de Rio Grande. Elas passam por fiscalização e são despachadas para os clientes finais da concessionária. Além da Receita Federal, o Porto Seco conta com posto permanente do Ministério da Agricultura e terminal da Anvisa.
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