TRAÇÃO ANIMAL

Campo Bom quer acabar com circulação de carroças, mas projeto não agrada recicladores; entenda

Proposta que tramita na Câmara de Vereadores inclui auxílio emergencial considerado insuficiente pelos proprietários de carroças

Publicado em: 13/09/2023 03:00
Última atualização: 17/10/2023 21:25

A exemplo de cidades como São Leopoldo e Novo Hamburgo, a prefeitura de Campo Bom quer acabar com a circulação de carroças até dezembro do ano que vem. O primeiro passo foi proibir, desde junho, os veículos com tração animal no Centro.


Dionildo Machado depende da carroça para sustentar família Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Tramita na Câmara de Vereadores um projeto que prevê auxílio emergencial de R$ 651 mensais por seis meses, prorrogável por igual período, aos carroceiros. A prefeitura promete ainda cursos profissionalizantes e o encaminhamento ao mercado de trabalho. O governo também quer adquirir um veículo alternativo, tipo cavalo de lata, aos recicladores.

Na ocupação Bicho de Pé, no bairro Aurora, onde residem 15 famílias de recicladores que dependem da carroça para o trabalho diário, Gilson Rogério Ferreira, 54 anos, afirma que tomou conhecimento do projeto no dia em que a proposta foi entregue à Câmara. "É frustrante, pois não nos procuraram para debater. Fomos surpreendidos com a proposta, que é de muito mau gosto, pois não paga nem a comida do mês", reclama.

Valores

Segundo Ferreira, o auxílio oferecido é muito baixo, considerando que há carroceiros que faturam até R$ 3 mil por mês. "Engraçado que não temos água encanada, nem saneamento básico. Mas a prefeitura 'achou' a favela para acabar com as carroças, que são responsáveis pelo nosso sustento."

Dionildo Machado, 43 anos, também não concorda. "Dizem que é pra acabar com os maus-tratos, mas não maltratamos nossos cavalos." O reciclador afirma que depende da carroça para sustentar a esposa e quatro filhos. Machado compara com o projeto de São Leopoldo: "Lá, os carroceiros receberam R$ 1 mil por mês durante um ano e agora devem receber uma indenização de R$ 6 mil."

Secretário justifica proposição

A exemplo de cidades como São Leopoldo e Novo Hamburgo, a prefeitura de Campo Bom quer acabar com a circulação de carroças até dezembro do ano que vem. O primeiro passo foi proibir, desde junho, os veículos com tração animal no Centro.


Dionildo Machado depende da carroça para sustentar família Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Tramita na Câmara de Vereadores um projeto que prevê auxílio emergencial de R$ 651 mensais por seis meses, prorrogável por igual período, aos carroceiros. A prefeitura promete ainda cursos profissionalizantes e o encaminhamento ao mercado de trabalho. O governo também quer adquirir um veículo alternativo, tipo cavalo de lata, aos recicladores.

Na ocupação Bicho de Pé, no bairro Aurora, onde residem 15 famílias de recicladores que dependem da carroça para o trabalho diário, Gilson Rogério Ferreira, 54 anos, afirma que tomou conhecimento do projeto no dia em que a proposta foi entregue à Câmara. "É frustrante, pois não nos procuraram para debater. Fomos surpreendidos com a proposta, que é de muito mau gosto, pois não paga nem a comida do mês", reclama.

Valores

Segundo Ferreira, o auxílio oferecido é muito baixo, considerando que há carroceiros que faturam até R$ 3 mil por mês. "Engraçado que não temos água encanada, nem saneamento básico. Mas a prefeitura 'achou' a favela para acabar com as carroças, que são responsáveis pelo nosso sustento."

Dionildo Machado, 43 anos, também não concorda. "Dizem que é pra acabar com os maus-tratos, mas não maltratamos nossos cavalos." O reciclador afirma que depende da carroça para sustentar a esposa e quatro filhos. Machado compara com o projeto de São Leopoldo: "Lá, os carroceiros receberam R$ 1 mil por mês durante um ano e agora devem receber uma indenização de R$ 6 mil."

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