DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Caminhada encerra programação do Setembro Verde em São Leopoldo

No Município, a campanha, que busca a conscientização para a doação de órgãos, contou com uma extensa programação organizada pelo Hospital Centenário

Publicado em: 30/09/2023 13:38
Última atualização: 18/10/2023 20:27

Uma caminhada por ruas do Centro, na manhã deste sábado (30) encerrou a programação pelo Setembro Verde em São Leopoldo. No Município, a campanha, que busca a conscientização para a doação de órgãos, contou com uma extensa programação organizada pelo Hospital Centenário.

Caminhada buscou a conscientização para a doação de órgãos Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

Desde 2013, a casa de saúde leopoldense realiza a captação de órgãos. Neste ano, até o início de setembro, haviam sido abertos cinco protocolos de morte encefálica no HC. Destes, em quatro as famílias autorizaram a doação, totalizando a captação de 14 órgãos.

Durante a caminhada, profissionais do HC distribuíram material informativo sobre a doação de órgãos para lojistas e pessoas que passavam pela rua. Moradora do Centro, a dona de casa Jussara das Neves, 56 anos, aprovou a iniciativa. "É muito bom. Acredito que muita gente não se diga doador por falta de informação", opina. Para a dona de casa Letícia Kisler Haubert, 47, participar da caminhada foi um ato de gratidão. Entre 2011 e 2013 ela passou por dois transplantes de córneas e graças a isso, não perdeu a visão.

"Fui diagnosticada com ceratocone, uma doença inflamatória que vai deixando a pessoa cega aos poucos. Já havia perdido 80% de uma das vistas e 65% da outra quando realizei o transplante", conta.
Letícia lembra do susto que levou ao ser informada de que precisaria entrar na fila por um órgão. "Fiquei assustada e com muito medo. Mas foi bem rápido e uma cirurgia simples. Hoje sigo uma vida normal e incentivo muito às outras pessoas a serem doadoras. Eu também me tornei doadora de órgãos", diz.

No RS, de janeiro a julho de 2023, de 474 notificações de mortes encefálicas registradas, apenas 164 se tornaram doações efetivas. Dentre as causas para a não efetivação da doação, a negativa familiar aparece no topo da lista, em 138 casos, na maioria das vezes, em 59 casos, pelo fato de o familiar falecido não ter manifestado em vida a vontade de ser um doador.

Escritura pública

A caminhada seguiu pela Rua Independência, passou pelas ruas Conceição e Marquês do Herval, encerrando na Osvaldo Aranha em frente ao Castellan 2º Tabelionato de Notas, onde ocorria ação de divulgação sobre as escrituras públicas de doação de órgãos.

"Desde o último dia 31 de março, quando foi lançada a Central Notarial de Doação de Órgãos, pessoas interessadas em se tornarem doadoras voluntárias de órgãos e tecidos após o seu falecimento podem manifestar esta intenção de forma expressa, formal e gratuita junto aos tabelionatos de notas", explica a tabeliã Jenifer Castellan de Oliveira. "O objetivo é facilitar as doações", completa Jenifer. 

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