abc+

ARROMBAMENTO

Brechó de ONG de Campo Bom é invadida duas noites seguidas: "Estamos desoladas"

Suspeitos chegaram a colocar itens em caixas de papelão. Estabelecimento é considerado "pilar" para manter ração de cães, gatos e equinos

Nadine Funck
Publicado em: 24/08/2023 às 18h:04 Última atualização: 17/10/2023 às 19h:41
Publicidade

O brechó direcionado especialmente para angariar fundos e custear a alimentação e o bem-estar de animais em lares temporários, que estão sob os cuidados da da Organização Não Governamental (ONG) Campo Bom pra Cachorro, foi invadido duas noites seguidas. Os arrombamentos aconteceram nas madrugadas de quarta (23) e quinta-feira (24) na sede do estabelecimento, localizado na Avenida Presidente Vargas, no bairro Porto Blos, em Campo Bom.


Conforme a tesoureira da ONG Katia Santos Moura, a porta dos fundos do estabelecimento fica no mesmo pátio de uma residência. Naquele dia, ela ficou aberta e deve ter chamado a atenção do lado de fora da propriedade. Foram levados calçados, roupas e uma quantidade em dinheiro, que estava no caixa. Os voluntários só perceberam os furtos na tarde do dia seguinte, quando abriram o espaços às 14 horas. 

Katia acredita que o suspeito tenha chamado um grupo para fazer o segundo furto, visto que alguns eletrodomésticos estavam fora da tomada, além de outros que estavam separados em caixas de papelão. “Foram uns quatro [homens], acreditamos que eles achavam que a porta estaria aberta de novo e que desistiram de levar a geladeira e as caixas quando não conseguiram abrir”, relata. Na ação da quarta, outros pares de sapatos e peças de roupas foram levados. Um vidro também foi quebrado.

O delegado Rodrigo Camara informou que a Polícia Civil abriu uma investigação para apurar os fatos, as circunstâncias do ocorrido e os autores das invasões. Ele afirma ainda que a maioria dos furtos e arrombamentos nas últimas semanas foram realizados pelos mesmos indivíduos, os quais já foram identificados e suas prisões já foram solicitadas ao Poder Judiciário.

Camara destaca que dois indivíduos estavam foragidos e foram recapturados – como o homem que “rastejou” em uma fruteira no Centro da cidade –, em ações conjuntas da Polícia Civil, Brigada Militar e Guarda Municipal do Município.

“Infelizmente, a legislação penal para esse tipo de delito é extremamente permissiva, de modo que todos eles já têm passagem policial pelo mesmo tipo de crime e, logo que recebem liberdade, voltam a praticar a mesma espécie de delito, não obstante reiteradas autuações em flagrante e representação pela manutenção de suas prisões”, esclarece. 

E agora?

Atualmente, a ONG cuida de mais de 160 animais, que estão divididos em três lares temporários. Nos últimos dois anos, a organização também fez o resgate de 16 equinos, sendo que um ainda está em recuperação. Ao todo, 20 voluntários colaboram com a organização. 

Conforme Katia, o brechó é de onde os voluntários conseguem garantir o custo de boa parte da ração desses animais. “O brechó, hoje, é o pilar mais importante da ONG. Temos um custo com ração de R$ 8 mil e tem meses que conseguimos tirar entre R$ 4 mil e R$ 5 mil”, explica. 

Ela informa ainda que, além do furto das roupas, sapatos e do dinheiro, o local ainda passa por reparos, como a recolocação do vidro quebrado e o reforço nos vãos das paredes, o que vai pesar ainda mais no bolso. Ainda não se sabe o valor total dos danos.

Nas redes sociais, a organização lamenta o ocorrido: “Entraram essa noite e limparam o caixa, além de itens que tínhamos a venda. Ainda não sabemos estimar a perda. Mas estamos desoladas, vivemos para pagar dívidas da ONG.”

Quem quiser, pode ajudar. A ONG pede a doação de roupas e sapatos em bom uso e/ou Pix de qualquer valor, que deve ser feito no CNPJ 24 494 672/0001-69.

 
Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade