Brasileiros, argentinos e uruguaios usam o esporte para trocar experiências em Canoas

Mais de 1,3 mil estudantes do Brasil, Argentina e Uruguai, tornaram-se momentaneamente moradores de Canoas. Os jovens vieram de Goiás, Tocantins, Pará e das gaúchas Novo Hamburgo, Sapiranga, São Leopoldo, Estância Velha, Sapucaia do Sul, Guaíba, Campo Bom, Cachoeira do Sul, Alvorada e claro, da anfitriã Canoas. Os nossos hermanos também estiveram presentes, representados pela escola San Pablo, de Montevideo e do Instituto Concordia, de Oberá, na Argentina.

A movimentação na cidade da região metropolitana ocorre por conta da 27ª edição dos Jogos Luteranos, que reúne 11 modalidades esportivas no campus da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). “É uma infraestrutura capaz de receber diversas atividades simultaneamente”, explica Hans Kuchenbecker, gestor da Ulbra Sport.

No total, 26 escolas estão participando e um software foi especialmente desenvolvido para os jogos. O aplicativo permite que toda a comunidade escolar acompanhe em tempo real os resultados dos jogos, a grade de competições, os horários e as classificações. "Esta é a grande novidade do evento. Inclusive os pais dos estudantes da Argentina, do Uruguai e do Centro-Oeste e Norte do Brasil poderão também ficar informados através de um link", completa.

Intercâmbio cultural ajuda no desenvolvimento

Aliado ao aspecto esportivo, a competição proporciona aos participantes um intercâmbio cultural. Onde os idiomas se misturam e as novidades tomam conta do ambiente. Em relação a rivalidades, Brasil e Argentina, Brasil e Uruguai e Argentina e Uruguai, isso também existe, no entanto, só dentro da quadra, pista ou gramado. “A rivalidade é grande durante os jogos, mas é maior com as escolas daqui”, conta Sarah Carvalho, 13 anos e aluna do Colégio São João, em Canoas. A jovem do 7ª ano diz que a grande rivalidade está nos enfrentamentos diante do Colégio Cristo Redentor, também de Canoas. “O jogo sempre é mais pegado.”

Essa é a primeira vez de Sarah nos Jogos Luteranos. “Viemos pela manhã e permanecemos durante o dia inteiro.” No que se refere ao contato com alunos de outros países, Sarah diz que o idioma é a principal barreira. “Dá pra entender.” A colega Caroline Alves, 12 anos, está pela segunda vez nos jogos e mais uma vez a experiência tem sido positiva. “É bem divertido ter essa troca de ideias.”

Quem também está aproveitando para viver novas experiências é Josefina Vera, 15 anos. “É a primeira vez em Canoas. Estou achando a cidade muito grande e bonita”, explica a jovem, que vive em Misiones. Porém Josefina já conhecia o Brasil. “Fui para Santa Catarina, passar o verão.” A colega Melody Runge, 14, também veraneou em solo catarinense. “As pessoas socializam mais aqui, é uma troca muito gostosa.”

Paixão pelo futebol é semelhança

Os amigos Fausto, Francisco e Agustin, todos da Escola San Pablo, vieram de Montevideo sabendo de uma paixão em comum com os brasileiros: o futebol. Os jovens que têm entre 15 e 16 anos, são torcedores do Nacional e Peñarol respectivamente. “Pretendemos conhecer a Arena do Grêmio, mas infelizmente não teremos tempo de assistir a uma partida do Suárez”, afirma Fausto, se referindo ao atacante uruguaio Luis Suárez, ídolo do Nacional e da Celeste.

A equipe deles havia acabado de vencer o time do Instituto Concordia da Argentina, se classificando para as semifinais. “Foi a melhor coisa até agora, vencer os argentinos”, se diverte Agustin. Em relação a cidade, eles estão hospedados no Canoas Park Hotel e puderam sair para conhecer um dos shoppings do município e, apesar de viver na capital, Francisco afirmou ter ficado surpreso. “Aqui são mais lojas, a variedade é maior do que no Uruguai.”

No Rio Grande do Sul desde terça-feira (26), os uruguaios visitam o Brasil pela primeira vez e pretendem retornar. “O mais breve possível, as meninas brasileiras são muito lindas”, brinca Fausto. Por outro lado, o idioma apesar de parecido, foi citado como um empecilho na hora de paquerar. “Falam muito rápido, é difícil de entender. Só quando conversam devagar”, completa Agustin.