Duas audiências de prefeitos, deputados e vereadores da região com o comando do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Sul marcaram, nesta segunda-feira (14), o início de uma mobilização regional por melhorias na BR-116, entre Novo Hamburgo e Dois Irmãos. Conhecido como “trecho da morte”, o percurso já soma 11 óbitos em acidentes registrados entre janeiro e o início de agosto.
As autoridades foram do Dnit pedir melhorias na BR-116 entre o entroncamento com a RS-239 e o acesso principal a Dois Irmãos, sendo que o ponto prioritário vai de Novo Hamburgo até o pórtico de Ivoti.
É consenso que somente a duplicação seria uma solução definitiva, mas trata-se de uma obra cara e complexa. O pedido então é por ações de controle de velocidade e que garantam mais segurança na travessia de pedestres.
FLAGRANTES DE IMPRUDÊNCIA SÃO COMUNS NO TRECHO DA MORTE
O Dnit já possui um estudo de viabilidade e o chamado plano funcional da duplicação entre Novo Hamburgo e Dois Irmãos, mas não existe perspectiva de quando o projeto executivo será realizado para, posteriormente, a obra sair do papel.
Uma alternativa em análise no Dnit é, pela urgência, tentar garantir recursos e duplicar ao menos entre a RS-239 e o acesso principal a Ivoti. Mas o próprio órgão disse às autoridades regionais que somente a garantia de recursos pode levar até dois anos para sair.
A expectativa era que a duplicação da BR-116 até Dois Irmãos entrasse no Novo PAC, lançado semana passada pelo governo federal. No entanto, o programa prevê a conclusão das melhorias no trecho entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, incluindo o complexo Rio dos Sinos-Scharlau.
Os novos viadutos do entroncamento com a RS-240, em São Leopoldo, devem ficar prontos até o fim do ano, informa o superintendente do Dnit no Estado, engenheiro Hiratan Pinheiro da Silva. Inclusive nesta quarta-feira (16) haverá interrupção no trânsito da BR-116, junto ao viaduto da Scharlau, para o içamento de vigas.
Seminário de Mobilidade tratou do “trecho da morte”
Em março, durante o Seminário de Mobilidade da Região Metropolitana realizado pelo Grupo Sinos na Unisinos, o Dnit detalhou o que está previsto para o trecho entre Novo Hamburgo e Dois Irmãos. O estudo de viabilidade da duplicação estima que a obra consumiria pelo menos R$ 533 milhões.
Quem falou sobre o assunto no seminário foi o chefe da unidade do Dnit em São Leopoldo, Carlos Alberto Garcia Vieira. Ele admitiu que as melhorias feitas quatro anos atrás no acesso ao bairro Roselândia “estão saturadas”. O local é tratado como ponto crítico pelo Dnit.
Segundo Vieira, o estudo de viabilidade prevê a duplicação dos 14 quilômetros entre a RS-239 e o acesso principal a Dois Irmãos, incluindo dois viadutos: um em formato de trompa junto ao pórtico de Ivoti e outro, convencional, no entroncamento da BR-116 com a Avenida Irineu Becker, entrada principal de Dois Irmãos.
Além disso, seriam construídas ruas laterais na região do bairro Roselândia, rótula de acesso às pedreiras Rio Bonito e Sultepa, rótula alongada de acesso à localidade de Travessão, à Colônia Japonesa e ao Distrito Industrial de Dois Irmãos, entre outros.
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